Queda nos indicadores de inadimplência

Os índices de inadimplência em 2003 foram bem menores do que os registrados no mesmo período do ano passado. De janeiro a novembro deste ano atingiu 5% de inadimplência, enquanto no mesmo período de 2002 era equivalente a 25,3%. Segundo o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, a inadimplência de pessoa física foi apenas 1/5 da verificada no ano passado.

De acordo com Carlos Henrique, durante o ano 73% das pessoas regularizaram suas dívidas até novembro – ?um indicador elevado, recorde, pois nos outros anos nós tínhamos uma média de 52% na regularização da inadimplência?, afirma o assessor.

Apesar da baixa inadimplência e da elevação das compras no Natal, o ano de 2003 não foi muito bom para o comércio em geral. Segundo Carlos Henrique, o consumidor se ausentou das compras, principalmente nas grandes datas de varejo, como os dias consagrados às mães, aos pais e aos namorados, e priorizou o pagamento das dívidas. ?Isso foi o que fez que com chegasse menos inadimplente neste Natal e pudesse gastar um pouco mais com as compras de final de ano?, explica.

Outro fator importante na renegociação da dívida foi o desemprego muito elevado. ?As pessoas que receberam alguma verba pela rescisão do contrato aproveitaram para regularizar as suas dívidas?, acrescentou o técnico, lembrando que o crédito no Brasil é muito pequeno e caro e não financia a atividade econômica. ?O governo está sensibilizado para que o país tenha um crédito crescente para financiar a economia, o consumo e geração de emprego?, anunciou.

Carlos Henrique ressalta que não se pode associar a inadimplência com o rendimento salarial de cada consumidor. ?A pessoa que faz compromissos acima da renda que recebe não irá conseguir pagar todas as suas dívidas. Este tipo de consumidor existe em todas as classes sociais?, afirma.

Cheques

O número de inadimplentes – que atrasam pagamentos com o uso de cheques no varejo nacional – caiu 42% em 2003 em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Informação, Verificação e Garantia de Cheques (Abracheque). De acordo com a associação, o saldo das inclusões e exclusões no Cadastro Nacional Restritivo de Pessoas Físicas (CCF) em 2002 foi de 460 mil e declinou para 268 mil em 2003. Em 2001, 1,134 milhão de pessoas figuraram no CCF.

?Isso quer dizer que em menos de dois anos o perfil do consumidor brasileiro que usa o cheque como forma de pagamento mudou?, afirma o presidente da Abracheque, Carlos Pastor. ?O consumidor está mais criterioso na hora de assumir uma dívida?, afirma Pastor. Segundo ele, pelos números do Banco Central as áreas de maior inadimplência são Nordeste (8,2%) e Norte (7,8%), seguidos por Centro-Oeste (7,8%), Sul (5,4%) e Sudeste (4,4%).

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