Projeto viabiliza agricultura familiar

Um projeto desenvolvido numa parceria entre o governo do Estado, prefeituras, organizações não-governamentais e associações de produtores está trabalhando para o desenvolvimento da agricultura orgânica no litoral do Estado. O Pólo de Agroecologia envolve sete municípios e já tem 320 agricultores participando com uma área cultivada de 600 hectares.

Segundo Ruth Adriana Pires, extensionista da Emater, o cultivo de alimentos sem o uso de venenos e adubos químicos sintéticos é uma alternativa para a sobrevivência das famílias de agricultores que vivem na região.

“No litoral boa parte das terras fica em áreas de preservação e não pode ser usada para a prática de uma agricultura que coloque em risco a preservação e a conservação desse ambiente. A agricultura orgânica, por se basear em princípios agroecológicos, não apenas torna viável o cultivo agrícola, mas também prepara o produtor para participar de um nicho de mercado bastante promissor”, explica.

Além de levar orientação técnica para a produção, o trabalho desenvolvido no Pólo Agroecológico do Litoral tem como objetivo organizar os agricultores para a comercialização da produção. “A maioria é pequeno produtor e, trabalhando de forma isolada, encontra dificuldade para lidar com o mercado. A organização de grupos informais nas comunidades ajuda não apenas na troca de experiências, mas na definição de estratégias para a divulgação e escoamento das colheitas”, afirma Ruth Pires.

Para disputar o mercado local e até o externo, o produto orgânico precisa de um certificado que comprove sua origem e garanta que de fato ele foi produzido sem o uso de agroquímicos tóxicos, em condições onde o meio ambiente foi respeitado e as pessoas envolvidas na produção tiveram um tratamento socialmente correto. A falta desse selo de qualidade está fazendo com que muitos produtores do Pólo Agroecológico ainda, mesmo tendo em mãos um produto diferenciado, vendam suas safras como se fossem produtos da agricultura convencional.

Para Juarez Santos da Costa, presidente da Aprohorta, associação de Morretes que reúne 106 produtores de banana orgânica, essa situação faz com que o produtor e associação percam uma boa oportunidade de agregação de renda, de melhorar os ganhos com o trabalho na propriedade. “Estamos encaminhando o registro de uma certificação reconhecida no exterior e outra de participação solidária. Esperamos que essa solução possa ajudar nossos associados que hoje dependem da agricultura para continuar vivendo no campo”, explica.

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