Produtores levam máquinas para a rua

Os agricultores do município de Castro, na Região dos Campos Gerais, promoveram ontem mais um protesto pedindo ao governo federal mudanças nas políticas para o setor. A mobilização, chamada de ?Movimento da Pró-Valorização das Atividades Rurais?, reuniu cerca de 300 tratores e 100 caminhões. Um documento foi assinado pelos representantes das lideranças agrícolas da região e será encaminhado ao governo. Se as reivindicações não forem atendidas, o setor promete voltar a protestar.

Os participantes da mobilização se concentraram na PR 151, na entrada do município, e seguiram pelas ruas do centro da cidade. Os comerciantes fecharam as portas em solidariedade aos agricultores. Em seguida, um ato público foi realizado no Parque Lacustre. Além dos produtores rurais, estiveram presentes prefeitos das cidades da região, lideranças sindicais e políticos. O presidente da comissão de mobilização, Eduardo Medeiros Gomes, afirmou que durante o protesto foi aprovado um documento que será encaminhado ao governo federal com uma série de reivindicações do setor. ?Mas entre os principais pontos que destacamos estão os preços e apoio aos agricultores?, comentou. Ele afirmou que se os pedidos não forem atendidos, os agricultores voltarão a se mobilizar, com outro protesto marcado para Ponta Grossa.

Essa foi a terceira manifestação dos agricultores nesse ano. A primeira aconteceu em Tibagi, seguido de Palmeira. O secretário executivo do Sindicato Rural de Castro, José Valdecir Lucas, disse que o setor está revoltado com a elevada taxa de juros no País, que torna as dívidas dos produtores impagáveis. Além disso, os produtores estão sofrendo com os baixos preços do custo de produção. Lucas fez uma comparação entre alguns produtos. O leite, que em setembro de 2003 era vendido por R$ 0,53 o litro, hoje está R$ 0,41, com uma queda de mais de 20%.

O maior prejuízo foi da soja, que em 2003 era comercializada por R$ 42,96 a saca, e agora é vendida por R$ 26,50, uma queda de 28%. Já o trigo que, comercializado há três anos por R$ 26,40 a saca, hoje atinge R$ 20, com queda de 24%. O sindicalista afirma que a categoria quer a aplicação de uma correta política de preços mínimos por parte do governo. Ele também defende a aprovação de um projeto de lei que promova a solução para o endividamento dos produtores, assim como aumento do crédito rural e investimentos em infra-estrutura de transportes.

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