Pressão de alimentos explica alta do IPP em maio, diz IBGE

Em maio, 11 das 24 atividades da indústria apresentaram aumentos de preços em relação ao mês imediatamente anterior, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgados nesta terça-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta de preços internacionais de alimentos, como a soja e o açúcar, é a principal explicação para o salto de 0,90% do IPP após três resultados negativos consecutivos.

“Houve alta do IPP mesmo com uma leve valorização do real. Então não é o câmbio que explica esse resultado, mas o que aconteceu na indústria de alimentos, que é a de maior peso no IPP (20%)”, diz o coordenador do IPP, Alexandre Brandão.

Normalmente há uma relação bastante clara entre o câmbio e o resultado do IPP – quando há depreciação do real os preços internos tendem a aumentar, quando ocorre apreciação tendem a cair. No mês de maio, entretanto, isso não se verificou.

As quatro maiores variações de maio foram registradas nas indústrias extrativa (11,37%), farmacêutica (2,99%), alimentos (2,82%) e impressão (2,82%). Já as maiores quedas foram verificadas em minerais não metálicos (-2,30%) e derivados de petróleo e biocombustíveis (-1,28%).

As maiores influências sobre o total do indicador vieram dos Alimentos (0,57 ponto porcentual), indústrias extrativas (0,33 ponto porcentual), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,13 ponto porcentual) e outros produtos químicos (0,09 ponto porcentual).

Dentro de Alimentos, a alta de preços de resíduos da extração da soja tem o maior destaque, como consequência de problemas de oferta mundial, principalmente pela quebra de safra do grão na Argentina. O açúcar também subiu, impulsionado pelo aumento da demanda. “Além disso, com a seca as bacias leiteiras produzem menos derivados e o arroz e o milho também sofrem problemas pontuais de oferta”, destaca Brandão.

A extrativa vem em seguida com a recuperação dos preços do minério de ferro no mercado internacional. Os óleos brutos de petróleo também influenciaram positivamente a alta de preços da atividade no mês de maio.

Entre as categorias de uso, os bens de capital tiveram queda de 0,38% em maio. Nos bens intermediários – que têm peso de 55,95% entre as categorias da indústria – houve alta de 1,19%; enquanto os bens de consumo subiram 0,75% (0,49% para os bens de consumo duráveis e 0,83% para bens de consumo semiduráveis e não duráveis).

A influência das grandes categorias econômicas para o total do IPP de abril foi de -0,03 ponto porcentual para bens de capital; 0,66 ponto porcentual para bens intermediários; e 0,27 ponto porcentual para bens de consumo (sendo 0,22 ponto porcentual de bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,04 ponto porcentual de bens de consumo duráveis).

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