Preço da energia no atacado despenca na semana

Os preços de referência no mercado atacadista de energia elétrica registraram queda de 48,29% na região Sudeste/Centro-Oeste para os negócios a serem concluídos na semana que vem. Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgados nesta sexta-feira (27), o MW/h na região caiu para R$ 60,44, ante os R$ 116,88 observados até esta semana. A queda foi generalizada em todos os submercados, para R$ 57,95 no Sul (queda de 50,38% na semana), e R$ 61,66 no Norte e Nordeste (queda de 47,25%).

Com a queda na semana, os preços no mercado atacadista ficaram abaixo do observado em igual período do ano passado, quando o MW/h era cotado a R$ 105,77 nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte e a R$ 49,15 no Nordeste. Essas tarifas não afetam diretamente o consumidor final, servindo basicamente para acerto de contas entre as geradoras, as distribuidoras e os grandes consumidores do setor industrial que migraram para o segmento livre do mercado. Desde o final de abril, os preços observados no mercado atacadista estavam acima do registrado em igual período do ano passado e vinham causando desconforto entre os especialistas, já que há grande volume de água nos reservatórios das hidrelétricas.

Pelos dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão que administra a produção de energia elétrica no País, os reservatórios no Sudeste estão em 79,5% da capacidade máxima de armazenamento, o que indica uma folga de 46,9 pontos porcentuais em relação ao limite mínimo fixado pelo governo. Ou seja, as hidrelétricas do Sudeste estão com uma folga de cerca de 89 mil MW médios armazenados, o que representa o consumo da região por quase três meses. Na região Sul os reservatórios estão em 78,8% da capacidade, com folga de 65,8 pontos porcentuais em relação à curva de aversão ao risco, e no Nordeste estão em 75,1%, com folga de 44,3 pontos porcentuais.

Tradicionalmente as hidrelétricas perdem água/energia no período de maio a outubro, recuperando-se a partir de novembro, quando aumentam as chuvas na região Sudeste, que responde por dois terços da capacidade de armazenamento de água no País. O nível atual é bastante confortável para a administração do sistema e garante normalidade na produção de energia elétrica até o final de 2008, mesmo se o regime de chuvas não for favorável no próximo período "molhado" (novembro a abril). Se as chuvas se mantiverem na média histórica dos últimos 70 anos, a atual folga do sistema tende a se prolongar até 2009, mesmo com eventuais atrasos na construção de usinas nos próximos meses.

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