O Paraná deverá fechar, ainda neste ano, uma importante parceria que irá incentivar e incrementar ainda mais a produção de leite no Estado. O acordo será em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG). Ela é uma das uma das 40 unidades da Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que objetiva desenvolver pesquisas e transferir tecnologias que melhorem a qualidade do leite, aumentando a produção nacional e diminuindo os custos para produtores e consumidores.
O acordo prevê, em um primeiro momento, a presença de técnicos da Embrapa para auxiliar os produtores paranaenses. Depois, o Paraná irá contar com um Centro de Inteligência do Leite (CILeite) e também de Totem de Tecnologias da Embrapa Gado de Leite, em uma atividade que envolverá também as cooperativas do Estado.
De acordo com o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Arnaldo Bandeira, a Embrapa dispõe de diversas unidades especializadas pelo Brasil. Pelo fato do Paraná ser um dos maiores produtores nacionais, uma presença mais maciça da Embrapa Gado de Leite só irá trazer benefícios para o produtor, composto em sua grande maioria de agricultores familiares. “A cadeia produtiva do leite vem crescendo bastante no nosso Estado. Por fazer parte do Comitê de Assessor Externo (CAE), que é um conjunto de pessoas que apontam direcionamentos para a Embrapa, surgiu essa ideia de se fazer algo em prol dos produtores de leite”, informa. Ele diz ainda que devido à força econômica do Paraná, deveria haver uma maior presença da Embrapa no Estado. “Isso vai auxiliar bastante, pois trabalhando de forma mais presente, haverá mais discussões sobre a política do produto, além de contar com mais pesquisas e avaliações”, opina.
| Jorge Eder/Secs |
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| Acordo que está para ser firmado deverá trazer tecnologias que melhorem a qualidade do leite. |
Com a presença da Embrapa Gado de Leite, o diretor-presidente da Emater acredita que a qualidade da assistência técnica ofertada será ainda melhor. “A intenção é que haja pelo menos dois pesquisadores da Embrapa Gado de Leite que ficarão lotados aqui no Emater. Eles irão auxiliar na capacitação de técnicos, implantar projetos de acompanhamento de sistemas de produção e levantar dados organizacionais de demanda de tecnologia”, comenta. Bandeira fala também sobre o que será o CILeite. “Este centro será uma outra perna da parceria.. O CILeite é o modelo que a Embrapa possui para acompanhar a conjuntura, a evolução e as tendências da cadeia produtiva do leite, para oferecer informações técnicas e econômicas ao público interessado no agronegócio. Ele está conectado ao centro nacional da instituição e os produtores poderão acessá-lo por meio dos citados totens, que se assemelham a um terminal de computador, no qual eles poderão buscar as informações necessárias, tirar dúvidas, entre outros aspectos. Será uma espécie de balcão de informações”, avalia.
O produtor poderá utilizar os totens para buscar informações sobre o CILeite possivelmente nas cooperativas, uma vez que a intenção é instalá-los em locais de fácil acesso aos agricultores. “O grande desafio é o de democratizar a informação existente. Há um estoque disso e queremos socializar esse acesso, para que todos saibam como aumentar sua produção, como diminuir custos, melhorar a qualidade do produto, entre outros. Ainda não há uma data para a implantação do CI,Leite, pois ele depende de recursos para a sua viabilização, mas devido a demanda e necessidade do assunto, acredito que não deva demorar muito”, informa.
Dados
O Paraná é um dos maiores produtores de leite do Brasil. Atrás apenas dos estados de Minas Gerais e Goiás, o Paraná produz aproximadamente 2,7 bilhões de litros por ano, o que corresponde a 10% do total produzido no País. A atividade leiteira conta com pouco mais de 118 mil produtores, espalhados por todo o Estado, com destaque para as regiões oeste, sudoeste e os Campos Gerais. Tem como característica o fato de que 55,3% do leite vem da agricultura familiar, com produção média de 50 litros por dia.