Nível de emprego no PR cresceu 1,17% em maio

Puxado pela agricultura e indústria de alimentação, o nível de emprego com carteira no Paraná aumentou 1,17% em maio, comparado a abril. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, indicam a criação de 16.998 vagas no Estado, sendo 14.189 (83,5%) no interior -que cresceu 1,69% – e 2.809 (16,5%) na Região Metropolitana de Curitiba – cujo incremento foi de 0,47%. Com esse resultado, o número de trabalhadores registrados no Estado passou para 1,452 milhão.

O desempenho do emprego formal em maio foi o melhor do ano, tanto em variação percentual quanto em saldo. O melhor mês tinha sido abril, com geração de 16.312 postos de trabalho e incremento de 1,14%. Apesar disso, foi a menor taxa de maio dos últimos três anos. “É o reflexo da desaceleração da economia iniciada no segundo trimestre de 2001, acentuada no quarto trimestre e que chegou ao fundo do poço no primeiro trimestre de 2002”, comenta o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).

“Com o baixo nível de emprego, observamos o crescimento da taxa de desemprego, que esse ano deve ficar acima da do ano passado. O desemprego foi o grande problema social do início de 2002. A expectativa inicial era de crescimento econômico, mas todos os indicadores estão piores que os de 2001”, aponta Cordeiro. Pelos cálculos do Dieese, a taxa média de desemprego de janeiro a maio foi de 17,16% em 2001 e 19,4% em 2002. Os números do IBGE, cuja metodologia é diferente, também mostram elevação: média mensal de 6,26% em 2001 e de 7,24% em 2002.

No ranking de geração de emprego dos estados, o Paraná ficou em quarto lugar no mês passado, acima da média nacional de 0,71%, atrás apenas de Tocantins (2,11%), Minas Gerais (1,90%) e Espírito Santo (1,19%). De janeiro a maio, foram criados 48.684 empregos no Paraná, sendo 41.995 (86%) no interior. No ano, o Estado ocupou a oitava colocação entre os estados brasileiros, com crescimento de 3,47% – ante 2,58% de média nacional. No acumulado dos últimos doze meses, o saldo é de 50.131 vagas. Com expansão de 3,38% no emprego formal, o Paraná também supera a média nacional de 2,98%.

Setores

A ampliação do emprego formal no Paraná foi sustentada pela agropecuária e indústria de alimentação, com a geração de 6.342 e 3.203 empregos, respectivamente. Os dois segmentos responderam por 56% do total de empregos gerados no Estado. O bom desempenho da agricultura já era esperado, em função da safra. “O único problema é que são empregos temporários, eliminados no segundo semestre”, destaca Cordeiro.

A surpresa do mês ficou por conta da construção civil. Depois de meses seguidos como destaque negativo, o setor criou 1.446 postos de trabalho. Também tiveram desempenho positivo: comércio varejista (1.586), indústria têxtil (895) e hotéis e restaurantes (809). O maior número de desligamentos foi registrado nas montadoras e fornecedores (-659), seguido de borracha, fumo e couros (-267) e instituições financeiras (-161).

Segundo Cordeiro, o índice de junho deve ser menor que o de maio. “Historicamente, há desaceleração em junho e julho para ter crescimento, novamente, no período de agosto a outubro, principalmente no emprego industrial -no pico de produção para o Natal”, pondera. “A expectativa é de um segundo semestre melhor após toda essa instabilidade econômica. As eleições e as restituições de Imposto de Renda, FGTS e PIS/Pasep podem dar uma injeção de ânimo na economia”, acredita o economista.

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