Mulher estuda mais e ganha menos

Rio – O mercado de trabalho brasileiro é machista. As mulheres têm em geral mais anos de estudo do que os homens, mas ganham menos que os profissionais do sexo masculino nas mais variadas ocupações. É o que mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem, em homenagem ao Dia do Trabalho, com dados do Censo de 2000.

Segundo o IBGE, os ministros homens de tribunais, segundo informações que deram ao Censo, ganhavam em média, em julho de 2000, R$ 25.961,95, enquanto as ministras declararam receber menos de um quinto disso: R$ 5.010,11. Também ocupavam apenas 39% do total dessas funções. Entre os diretores gerais de empresas, as mulheres eram 20,4% e disseram receber R$ 2.683,54, enquanto os homens informaram ganhar duas vezes isso, com remunerações de R$ 5.266,99.

A diferença de rendimentos entre os sexos é nítida tanto entre empregadores quanto em empregados. Ela ocorre em profissões com as mais variadas exigências de escolaridade, de nenhuma a curso superior.

Existe não só em altos cargos, sempre ocupados em maior quantidade pelos homens, mas também entre as categorias de mais baixo rendimento, onde a presença de mulheres é mais acentuada.

Mesmo em profissões tipicamente femininas, os homens ganham mais. Nos serviços domésticos, por exemplo, em nada menos que 92,7% dos casos, os empregados são mulheres. Mas, mesmo aí, enquanto na média os homens ganhavam R$ 223,65, as empregadas recebiam R$ 177,02.

Estudo do IBGE com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2001 mostra que os homens trabalham em média 44,3 horas por semana enquanto as mulheres fazem em média 35,8 horas de trabalho remunerado por semana. O fato de os homens arcarem com uma carga de trabalho semanal em média 23,74% maior que as mulheres, porém, não explica por si só que a diferença salarial entre os sexos alcance mais de 400%, como no caso dos ministros de tribunais.

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