Moradores da Grande Curitiba sentem mais alta de alimentos

A alta dos alimentos está pesando mais no bolso dos moradores de Curitiba e região metropolitana do que no resto do País.

É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em Curitiba, os preços dos alimentos subiram, em média, 3,02% em junho contra a alta de 2,30% registrada entre as 11 regiões metropolitanas do País.

Apesar disso, a inflação medida pelo IPCA-15 em Curitiba foi de 0,62%, a segunda menor do País – a menor foi em Belém, de 0,22%. Em nível nacional, a inflação fechou em 0,90%.

Na Grande Curitiba, vários produtos essenciais, que compõem a cesta básica, tiveram aumentos expressivos. Caso do arroz, que subiu 19,64%, do feijão preto, com alta de 12%, da farinha de trigo (7,19%), do tomate (10,57%), da batata-inglesa (6,77%) e do pão francês, que ficou 6,73% mais caro.

Outros itens que pressionaram a inflação foram a cenoura (12,29%), o grupo ?hortaliças e verduras?, com alta de 9,61% – puxado pelo alface (10,02%) e pelo repolho (14,28%) -, e produtos panificados, com aumento de 5,44%.

A carne também ficou mais cara (3,69% de aumento), com destaque para o patinho, que subiu 7,02%, e da carne de porco, com alta de 6,49%. Os substitutos da carne vermelha também ficaram mais caros – caso do peixe, que subiu 4,44%, e do frango inteiro, com alta de 7,56%. Na outra ponta, tiveram queda no preço o óleo de soja (-3,60%) e as frutas (-4,62%), com destaque para o mamão (-10,64%) e tangerina (-24,25%).

 Na Grande Curitiba, a inflação só não foi maior por conta da queda em combustíveis, de 3,31% – segundo o IBGE, o litro da gasolina ficou 3,01% mais barato no período pesquisado e o álcool teve queda de 7,96%. Em nível nacional, a queda dos combustíveis foi bem menor: de 0,02%, puxado pela gasolina (-0,23%) e pelo álcool (-0,49%).

País

Em nível nacional, o IPCA-15 se acelerou na passagem de maio para junho, quando saiu de uma alta de 0,56% para uma alta de 0,90%, puxado sobretudo pelos alimentos, que subiram 2,30%.

No primeiro semestre deste ano, os alimentos já acumulam alta de 8,62%, com contribuição de 1,87 ponto porcentual para o IPCA-15 de 3,67%, apurado no mesmo período. No período de 12 meses até junho, o IPCA-15 acumula alta de 5,89%.

A maior taxa individual de junho ficou com o item carnes: alta de 5,35% e contribuição de 0,11 ponto porcentual para o indicador. Segundo o documento de divulgação do IBGE, os aumentos ?foram generalizados? nos alimentos, incluindo itens importantes na despesa das famílias, como o arroz (17,09%), a batata inglesa (16,79%), o tomate (8,60%), o macarrão (4,89%), o pão francês (3,43%) e as refeições fora de casa (1,55%).

Já os produtos não alimentícios passaram de uma variação de 0,36% em maio para 0,5% em junho, acumulando alta de 2,31% no primeiro semestre deste ano. Em junho, os destaques do grupo dos produtos não alimentícios ficaram com o salário dos empregados domésticos (1,04%), artigos de higiene pessoal (1,26%), serviços bancários (3,47%), botijão de gás (1,49%) e artigos para reparos nas residências (1,3%).

A alta surpreendeu economistas que já estão refazendo suas projeções para o ano, justo no dia em que o Relatório de Inflação do Banco Central (BC) previu que o IPCA feche o ano em 6%, abaixo do teto da meta (6,5%). Mas, de acordo com o relatório, há 25% de chance de a inflação extrapolar a meta, enquanto que no relatório anterior a chance era de 4%.

 O IPCA-15 é uma prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado no dia 10 de julho. A diferença entre os dois indicadores é o período de coleta de preços. 

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