Moeda prateada de R$ 1 só até o dia 22

Termina no próximo dia 22 o prazo para o comércio aceitar a moeda prateada de R$ 1,00 como pagamento. A partir desta data, os consumidores que ainda tiverem a moeda no bolso terão de trocá-la ou depositá-la nas agências bancárias ou no Banco Central (BC) até o dia 22 de março. Depois disso, apenas o BC e algumas agências do Banco do Brasil – ainda não definidas – poderão aceitá-la. A estimativa é que cerca de 182 milhões de moedas ainda precisem ser recolhidas, das quase 210 milhões em circulação em todo o País.

“É um número muito alto”, reconhece o gerente técnico do Meio Circulante do BC, Hélio Miguel Silveira. “O povo sempre gosta de deixar tudo para a última hora.” Segundo ele, o BC não deverá prorrogar o prazo. “A troca no Banco Central será por tempo indeterminado. Portanto, quem tem a moeda e não trocá-la não vai perder”, avisa.

As moedas recolhidas deverão ser encaminhadas para a Casa da Moeda, onde serão descaracterizadas. De lá seguem para usinas, onde serão derretidas e provavelmente venham a se tornar moedas novamente. Cada moeda pesa 4,27 gramas e as 210 milhões somam quase 900 toneladas.

As moedas antigas saem de circulação e entram as novas, com a borda dourada. Segundo Hélio, há cerca de 130 milhões moedas novas de R$ 1,00 à disposição. Posteriormente, as com os demais valores também deverão ser substituídas.

Moedas falsas

Um dos motivos para a troca da moeda seria a falsificação. Hélio Silveira reconhece a existência de moedas falsas, mas nega que o motivo tenha sido apenas este. “O Banco Central lançou a moeda nova em 98 e já era para ter começado o recolhimento das de aço inoxidável. Mas o banco, por restrição orçamentária, não pôde produzir as novas”, comentou.

O Paraná é o segundo em número de moedas falsas recolhidas este ano: cerca de 25 mil, atrás apenas do Rio Grande do Sul (27 mil). Em seguida, vem São Paulo, com 16 mil. Em todo o País, foram recolhidas 77 mil moedas falsas em 2003. Desde 94, foram 440 mil. “É um número significativo, mas em percentual (0,2%) é baixo”, comentou.

Comércio quer mais informaçãoes

Para a vendedora da loja Papa Loco, na área central de Curitiba, Juraci Vieira, falta informações na mídia sobre a troca de moedas de R$ 1,00. “Não sei qual é o prazo. Vi algo no ônibus, mas não sei o dia certo”, confessou. Segundo ela, a maioria das moedas de R$ 1,00 que a loja recebe é a do modelo novo ou cédulas. Margarete Cidral, da Ótica Cidral, concorda. “A divulgação deveria ser como foi quando houve a troca do vale-transporte”, sugeriu. Ela conta que não recebe muitas moedas prateadas, mas as que recebe procura passar logo para frente. “Eu tento não estocá-las”, disse.

Já a pipoqueira Maria Jussara de Lima conta que recebe principalmente as moedas de aço inoxidável e que não sabe diferenciar uma verdadeira de uma falsa. “Recebi pelo menos cinco falsas, que tiveram que ficar guardadas em casa, porque o banco não aceita”, lamenta. Maria Jussara conta que também já foi vítima de pagamentos com notas falsas de R$ 10,00 e R$ 50,00. “É um prejuízo grande. As falsificações têm que acabar”, pediu. Ela também não sabia o prazo de validade das moedas de R$ 1,00. (LS)

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