Missão do FMI passa quase despercebida

Brasília – Uma missão de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) está no Brasil desde a semana passada, praticamente incógnita. Já passou por São Paulo e Rio, visitando empresas e entidades do setor produtivo. Ontem, quando o grupo chegou ao Banco Central (BC), não havia câmeras de TV nem dezenas de repórteres, como era hábito na época em que o País era o maior devedor do organismo multilateral.

O interesse diminuiu muito desde que a dívida brasileira com o organismo multilateral foi totalmente paga, em dezembro de 2005. Agora, o FMI só vem ao Brasil para coletar dados, a exemplo do que faz com todos os países sócios.

É um cenário muito diferente do que se viu nos períodos de crise financeira. Em 1999, no auge da turbulência que levou o Brasil a adotar o câmbio flutuante, dezenas de repórteres brasileiros e estrangeiros se amontoaram na portaria do Ministério da Fazenda. Quando o então vice-diretor gerente do Fundo, Stanley Fischer, chegou para se reunir com o ministro da Fazenda à época, Pedro Malan, foi cercado por tantos fotógrafos e cinegrafistas que mal conseguia se mexer. Franzino, Fischer saiu do cerco com uma expressão de pânico no rosto.

Outro sinal de tempos mais calmos é que a missão, atualmente, é chefiada por José Fajgenbaum – o mesmo que, no início dos anos 90, no governo Fernando Collor, causou uma grande polêmica ao defender que o Brasil precisaria reformar sua Constituição. A reação brasileira foi tão violenta que o FMI o chamou de volta e trocou a chefia da missão. 

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