Missão à China fortalece Paraná como exportador

Durante as duas semanas em que o governador Roberto Requião liderou uma missão empresarial à China, o Paraná fortaleceu sua posição como exportador e abriu as portas para novos negócios. A comitiva visitou Pequim, Xangai, Hangzhou e Hong Kong e participou de várias rodadas de negócios com empresários chineses. Além disso, Requião fez várias palestras sobre o Paraná e foi recebido por autoridades chinesas, que confirmaram a intenção do país em fortalecer os laços com o Estado e aumentar a compra de soja convencional.

O governador pôde, por diversas vezes, salientar pontos comuns entre o Paraná e a China, como por exemplo, o desejo de se desenvolver sem ceder às exigências do mercado. ?A tão antiga civilização chinesa e a tão nova civilização brasileira querem se firmar como nação no processo de globalização, mas a globalização não pode ser um fator de exclusão. O processo de desenvolvimento tem que ser acessível a todos?, disse Requião durante um seminário para empresários chineses.

Outro ponto em comum entre a China e o Paraná é a preferência pela soja convencional. O governador colocou a posição do governo paranaense pela manutenção da cultura convencional ou orgânica do grão e garantiu que a soja exportada pelo Porto de Paranaguá não corre nenhum risco de contaminação. A China importou do Paraná no último ano US$ 936 milhões em soja e derivados e, segundo Di Gui Qian, representante da Bolsa de Mercadorias e Futuros em Xangai, a bolsa já tem 100 empresas esmagadoras de soja da região de Xangai interessadas em importar soja paranaense.

?Quero que o nosso Estado se transforme em um nicho da soja convencional, que tem aceitação universal, ao contrário da soja transgênica?, declarou Requião, salientando que o Paraná é o segundo maior produtor de soja brasileiro. E, assim como o governo paranaense, os empresários chineses defendem a compra de soja direto das cooperativas, sem a intermediação das trades. ?China e Paraná devem unir esforços para quebrar o monopólio das trades e garantir um lucro maior para os produtores?, afirmou Requião.

Intercâmbio

Para garantir a continuação das rodadas de negócios e conversações entre empresários paranaenses e chineses, o governador anunciou a reestruturação do escritório Paraná-China, que passará a ser vinculado à Secretaria de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul e poderá ter a participação de técnicos chineses. Hoje, a China é um dos maiores compradores de produtos paranaenses, e, nos últimos anos, as exportações para aquele país saltaram de US$ 115 milhões, em 2001, para US$ 1,14 bilhão em 2003.

Também para facilitar o intercâmbio entre brasileiros e chineses o governador anunciou que vai instituir em todas as universidades estaduais cursos permanentes da língua chinesa. ?Dessa forma, daremos mais um passo importante nesse intercâmbio com a China, rompendo a barreira da língua?, justificou Requião.

Negócios

Para os empresários que fizeram parte da comitiva, a presença de membros do governo na missão facilitou as negociações, já que na China os empresários estão acostumados com a presença do Estado na economia. A participação do governador, para os chineses, foi como uma garantia de que os negócios fechados serão cumpridos.

Alguns empresários que viajaram para a China nunca haviam exportado sua produção e se declaram surpresos com a facilidade em estabelecer contatos, apesar da barreira da língua. Outros, já acostumados a realizar negócios internacionais, também salientaram o sucesso da missão. O Sindimetal, por exemplo, fechou um acordo para a instalação de uma usina siderúrgica no Paraná em parceria com o governo chinês, em um investimento de US$ 30 milhões.

Contato

Durante um encontro promovido por Armando Sérgio Frazão, cônsul-geral do Brasil em Hong Kong, a comitiva paranaense se reuniu com empresários chineses e brasileiros que atuam na China. Frazão e os empresários pediram a Requião que interferisse junto ao governo federal para que Hong Kong não seja considerada paraíso fiscal. Requião também foi recebido pelo chefe de Governo de Hong Kong, Donald Stang. ?Estou muito satisfeito em conhecer o governador Requião porque nada substitui o contato pessoal para a troca de informações entre os dois governos?, disse Stang. 

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