Metalúrgicos aprovam a proposta pela Volks

Cerca de 13 mil metalúrgicos da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, aprovaram ontem em assembléia a proposta da montadora que prevê o pagamento de salários por 3 anos para os trabalhadores afastados que não aderirem ao plano de demissão voluntária (PDV). Os metalúrgicos têm garantia de estabilidade até 2006.

“Foi uma vitória do sindicato e dos trabalhadores, porque a fábrica, no final, negociou e não impôs o seu plano como queria antes”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijó.

A partir de 11 de outubro será implementado o plano de redimensionamento dos negócios da Volkswagen no País, que inclui a criação de um centro de requalificação profissional e da Autovisão, empresa de desenvolvimento de novas unidades de negócios.

“Agora é que começa a fase de fazer a Autovisão dar certo. Vamos acompanhar a criação das empresas e o trabalho do centro de estudos até o final de 2006”, disse Feijóo.

A meta da montadora é enxugar seus quadros no País em 16%, ou cerca de 4 mil trabalhadores, considerando também a fábrica de Taubaté, onde uma reunião marcada para esta ontem foi adiada para a próxima semana.

A Volks ainda avalia a proposta do sindicato de Taubaté, que pede garantia de emprego até 2006, manutenção dos salários e do vínculo empregatício de quem for para a Autovisão. Os trabalhadores dessa unidade só têm estabilidade garantida até fevereiro de 2004.

Lá, a montadora pretende cortar 30% da folha de pagamentos, ou 2.010 pessoas, e ofereceu uma bolsa de estudos por 12 meses para todos os funcionários.

Em São Bernardo, a Volks quer eliminar 1.923 postos de trabalho. Para a empresa, a aprovação da proposta ajuda a reduzir os custos estrutuais da unidade, pois deixa de fornecer refeições e transporte para funcionários considerados excedentes.

Feijó estima que 600 empregados possam aderir ao PDV, recebendo 20 salários adicionais além de todos os direitos trabalhistas. Mas ainda não há um quadro claro de quantos vão optar por permanecer em casa e quantos podem ir para a Autovisão. Só em meados de dezembro deve ser feito um balanço da adesão ao PDV.

“Vou optar por ficar em casa para retomar um negócio próprio, mas pretendo, no meio do caminho, ir para o centro de estudos”, afirmou Pedro Francisco Xavier, 42 anos, funcionário da manutenção, que tinha recebido uma das cartas de transferência.

A montadora chegou a enviar cartas que transferiam, a partir de setembro, para o centro de requalificação, quase 4 mil metalúrgicos de São Bernardo e de Taubaté.

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