Marcha reivindica mínimo de R$ 420

Foto: Agência Brasil
Mais de mil trabalhadores
 de diversas categorias na marcha.

Brasília (ABr) – Cerca de mil trabalhadores de diversas categorias, entre agricultores, metalúrgicos e bancários, além de aposentados, fizeram, ontem pela manhã, marcha do Estádio Mané Garrincha rumo à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes. Eles participaram da 3.ª Marcha Nacional pela Valorização do Salário Mínimo, que pede reajuste de 20% para o salário e correção de 7,7% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física. Com isso, o salário mínimo passaria dos atuais R$ 350 para R$ 420 e diminuiria o imposto pago pelo trabalhador.

As centrais sindicais também reivindicam a implementação de uma política de Estado de valorização permanente do salário mínimo, que o eleve, nos próximos anos, aos valores preconizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que mede o índice do custo de vida no país.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos, o salário mínimo é o maior instrumento de unificação do conjunto dos trabalhadores brasileiros. ?Sem dúvida, é o principal instrumento de distribuição de renda da classes sociais menos favorecidas, e há muito o Brasil vem deixando o salário mínimo como uma proposta sacrificada?. Segundo Santos, das três marchas realizadas até hoje, essa é a melhor, mais forte e mais organizada.

O secretário de Assalariados Rurais da Contag, Antônio Lucas Filho, avalia que qualquer aumento conseguido irá beneficiar imediatamente os trabalhadores do campo. ?Nós, da Contag, estamos empenhados nisso, porque a maioria dos trabalhadores rurais recebe hoje no campo com base no salário mínimo?. Segundo ele, 90% dos benefícios rurais concedidos pelo governo também estão vinculados ao salário mínimo.

?A gente sabe que o presidente Lula não vai regredir dos valores que já estão aí. Se a gente pegar o último valor que foi pago, 16,67%, que foi para R$ 350, só isso já representa um salário de R$ 375. Então, no mínimo teria de ser isso?, diz Antônio Lucas.

O lavrador aposentado Pedro Frederico Moreira, de 68 anos, veio do município de Posse, em Goiás, participar da marcha. Ele afirma que o salário mínimo ajuda muito no sustento, mas não é suficiente para terminar de criar os 10 filhos. ?Meu sonho é ter um lugar para trabalhar para eu ter as coisinhas de comer lá dentro da minha casa, e deixar esse dinheiro que o governo me dá para comprar remédio, roupas, essas coisas, e trabalhar para manter o meu pão de cada dia?.

As centrais sindicais estimam a presença de 10 mil trabalhadores participando da marcha. Após o encerramento das manifestações na Esplanada dos Ministérios, os principais dirigentes se reuniram no seminário Valorização do Salário Mínimo e Desenvolvimento, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.

Além da Contag, participaram da marcha representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e da Central Autônoma de Trabalhadores (CAT).

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