Manufaturados já são 63% das exportações do PR

O secretário da Indústria e Comércio, Ramiro Wahrhaftig, disse ontem, na abertura do 48.º Encontro de Comércio Exterior (Encomex), em Curitiba, que,com a industrialização ocorrida no Paraná nos últimos oito anos, os produtos manufaturados já totalizam 63% do conjunto das vendas externas do Estado. Há 10 anos, eles tinham pouca representatividade nas exportações. “O saldo da nossa balança comercial, de US$ 720 milhões neste ano, já supera o resultado de todo o ano passado”, disse Wahrhaftig.

De janeiro a agosto, as exportações paranaenses somaram US$ 2,915 bilhões e as importações US$ 2,195 bilhões. Em agosto, o superávit foi de US$ 180,366 milhões, 11,45% do obtido pelo Brasil no mês. O resultado de agosto foi o segundo melhor do ano no Estado, apenas inferior ao do mês de julho, quando o saldo chegou a US$ 203 milhões.

“O Paraná, que contribuiu com 7% para a formação do PIB brasileiro, já participa com 8% do total de exportações do País. Isso indica o quanto o comércio exterior do Estado vem evoluindo”, disse o secretário da Indústria e Comércio. Neste ano, as exportações paranaenses superam o resultado dos nove estados do Nordeste juntos, ou da soma do desempenho dos sete estados do Norte ou ainda das quatro unidades federativas do Centro-Oeste.

Entre os seis

Cerca de 500 empresários do Paraná e de outros estados participam do Encomex, que é um dos mais importantes e tradicionais seminários sobre vendas externas do País. O encontro é realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, com o apoio do governo do Estado, Prefeitura de Curitiba e diversas entidades do setor privado.

O destaque do Paraná no conjunto das exportações brasileiras foi ressaltado também pela diretora do departamento de planejamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Lilia Miranda Monteiro. “A balança comercial é um dos indicadores mais importantes para qualquer economia e o Paraná é um dos seis estados que, juntos, são responsáveis por 75% das exportações brasileiras e pelo crescente saldo”, destacou.

Lilia Monteiro disse que os grandes desafios do País são elevar o número de empresas exportadoras, diversificar mais a pauta de produtos exportados e ampliar os mercados para a produção brasileira. “Hoje, 13% das 4 milhões de empresas participam do comércio exterior”, disse ela. Além disso, 25 produtos representam mais da metade das receitas obtidas com exportações.

O Encomex é uma das iniciativas voltadas a melhorar esse quadro. Lilia Monteiro disse que o encontro tem como objetivo principal ajudar a criar uma cultura exportadora no País e já contribuiu para que pelo menos 10 mil empresas passassem a exportar. “Hoje, apesar da queda das vendas para a Argentina e da crise na conjuntura internacional, o Brasil vem ampliando as exportações e garantindo um saldo positivo contínuo na balança comercial”, disse Lilia.

“Isso é muito positivo para a imagem do País junto ao FMI e aos grandes investidores internacionais”, afirmou. O importante, agora, segundo ela, “é que as pequenas e médias empresas possam também se beneficiar do engajamento e, com isso, crescer e gerar mais empregos”.

Para o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Paraná, Arthur Claudino dos Santos, incentivar as exportações é uma das grandes soluções para a atual situação do Brasil. “A exportação é a melhor forma de atração de recursos para o País complementar sua política de equilíbrio financeiro. É a arma do Brasil para dar a volta por cima”, afirmou.

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