Mantega diz ser difícil dar reajuste de 7% a aposentados

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo apresentou ao Congresso um aumento real para aposentados que ganham acima de um salário mínimo, uma situação que considerou “inédita”. O ministro lembrou que a Medida Provisória representa aumento de 6,14%, gerando um custo adicional de R$ 2,8 bilhões. Se o reajuste subisse para 7%, seria “difícil para as contas públicas bancar isso”, avaliou Mantega, ao citar que isso representaria custo de mais R$ 1 bilhão. “Nós teríamos que cortar alguma outra coisa para poder viabilizar isso”, calculou. “Então, não é desejável que se faça isso, mas de qualquer forma é o Congresso que está discutindo”, finalizou.

O ministro apresentou palestra hoje a cerca de 200 empresários e dirigentes na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, quando defendeu que o governo Lula implantou uma nova política centrada, conforme ele, no “crescimento vigoroso da economia”. Para o ministro, “erram aqueles que dizem que continuamos fazendo as mesmas coisas do passado”.

Mantega disse que um conjunto de países deve liderar o crescimento neste e nos próximos anos e o Brasil está entre eles. Utilizando comparações de várias estatísticas entre o período do governo Lula e de antecessores, o ministro defendeu que a expansão atual é sustentável e, ao contrário do passado, não gera desequilíbrio econômico.

Entre os sinais de vigor do mercado interno, Mantega mencionou que o País é o quinto maior consumidor de automóveis e poderá terminar o ano em quarto lugar. No setor imobiliário, listou que foram realizados 2,724 milhões de contratos durante a gestão Lula, enquanto no período de Fernando Henrique Cardoso o número ficou em 1,452 milhão. No período de governo de Fernando Collor e Itamar Franco, foram 822 mil, conforme os dados apresentados.

Planejamento

Em Brasília, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, reafirmou no início da noite a declaração do presidente Lula de que o governo insiste no acordo feito com as centrais sindicais pelo qual o aumento para os benefícios dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo seria de 6,14%. Esse porcentual consta da Medida Provisória (MP) enviada pelo Executivo ao Congresso. A proposta de aumento dos benefícios está em debate no Senado.

Também sobre o acordo feito entre os líderes partidários no Senado definindo um porcentual de aumento em 7,71%, Bernardo reproduziu o que dissera antes o presidente da República: “Desse acordo no Senado eu soube pelo jornal.” O ministro acrescentou que o governo tem dado aos aposentados, “todos os anos”, reajustes “que reparam as perdas com a inflação.”

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