Lula volta a descartar mudanças na economia

Brasília  – Em reunião com empresários, ontem, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que não haverá mudanças radicais na política econômica. “Existem muitas pressões para mudarmos a política econômica, mas estou segurando com todas as forças porque é preciso um crescimento com sustentabilidade”, disse Lula, segundo relato do presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Jorge Mendes. “Em vez de dar passos largos, prefiro ir mais lentamente para não ter que recuar depois”, teria ainda dito Lula.

A reunião, marcada para que os empresários entregassem ao governo sugestões para acelerar o crescimento da economia, foi descontraída. O vice-presidente, José Alencar, que participou do encontro, disse que era o “representante da indústria no governo”, contou o empresário José Carlos Lyra, presidente da Federação das Indústrias de Alagoas. Lula riu com o comentário. Também estiveram na reunião os ministros da Fazenda, Antônio Palocci, da Casa Civil, José Dirceu, da Secretaria Geral, Luís Dulci, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e do Planejamento, Guido Mantega.

De acordo com os empresários, Palocci comentou que já sabia, antes de assumir o cargo, das dificuldades que enfrentaria no governo. “Eu tenho as contas para pagar. Acho os pleitos de redução de juros e impostos justos, mas tenho despesas para honrar até do governo passado”, ressaltou o ministro, ao fazer referência a alguns dos pedidos encaminhados pelos empresários.

Lula não se limitou a receber as propostas. Ele também pediu aos empresários a união de esforços para superar “gargalos e entraves” que dificultam a retomada do crescimento econômico. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Jorge Mendes, Lula afirmou que “ninguém é dono da verdade” e propôs aos empresários a realização de reuniões de 90 em 90 dias para discutir propostas de retomada do crescimento.

Notícias negativas

Lula também reclamou do destaque excessivo que se dá a fatos negativos, observando que essa é uma queixa feita também por presidentes de outros países com os quais tem conversado. “É preciso ver o País com olhos para as coisas positivas que estão acontecendo. Os fatos positivos não são vendidos com a mesma ênfase que os fatos negativos”, disse Lula. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Acre, João Francisco Salomão, Lula citou como exemplo os investimentos feitos em ferrovias em 2003, que teriam sido maiores do que os realizados nos seis anos anteriores.

O presidente afirmou ainda que pretende cumprir as promessas feitas quando assumiu o governo. “Eu tenho dois anos e sete meses de governo para implementar as políticas planejadas”, declarou. No encontro, Lula e os empresários defenderam um desenvolvimento “mais homogêneo”, que beneficie todas as regiões do País.

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