Lula pede ajuda para combate à fome no mundo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou empresários estrangeiros a doarem 0,01% do valor de cada aplicação financeira para combater a fome e a miséria mundial. Segundo o presidente, esse valor iria gerar uma renda de US$ 17 bilhões por ano. “Quem sente fome não pode esperar. Nós temos que andar rápido, fazer parcerias. A subnutrição desorganiza sociedades e impede o crescimento econômico”, afirmou Lula, em discurso, ontem, durante a Cúpula Global Compact, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).

Lula disse que a fome é a pior das armas de destruição de massa. “Ela não mata soldados, mata crianças, adolescentes, homens e mulheres”. O presidente reiterou que, para combatê-la, é necessário solidariedade por parte de todos os empresários. Para o mundo alcançar as metas deste milênio, disse Lula, são necessárias soluções concretas e ação por parte da iniciativa privada. “É muito importante que cada empresário, além de chamar atenção de seu governo para as graves distorções e injustiças que o protecionismo provoca, seja solidário”, acrescentou.

De acordo com o presidente, lutar por um mundo mais justo é dever de todos: do governo, dos empresários e da sociedade: “O ideal é conciliar consciência econômica com justiça social”. O chefe do governo brasileiro sugeriu a empresários que, em determinados dias do ano, a renda de toda a produção da empresa seja revertida para instituições beneficentes. “Lutar por um mundo mais justo é dever de todos. Quero ver vocês (empresários) engajados para acabar com a fome no mundo”.

Lula lembrou aos empresários estrangeiros que o Brasil vem encarando de frente a batalha de combater a fome e a miséria. “Esta não é uma tarefa fácil, mas é meta principal de nosso governo”, reconheceu o presidente, anunciando que, em agosto próximo, será lançada no Brasil a “Semana da Solidariedade”, projeto que visa estimular trabalhos solidários.

O Global Compact, iniciativa proposta pela ONU em 1999, propõe ajudar as organizações a redefinirem suas estratégias e ações nas áreas sociais. Cerca de 1.500 empresas, sindicatos e organizacões não-governamentais de 70 países já aderiram à iniciativa.

Posição da ONU

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, pediu engajamento mundial para a realizaçao de ações nas áreas de direitos humanos, trabalho e meio ambiente. “Precisamos, juntos, cooperar e dialogar para implementar os compromissos firmados pelo Global Compact na área social”, disse o secretário, ao abrir a Cúpula Global Compact, na sede da Organizacao das Nações Unidas, em Nova York.

Annan ressaltou que o Global Compact, iniciativa proposta pela ONU em 2000, é apenas uma das soluções para reduzir os riscos globais e tornar o mundo mais estável. Ao discursar, também pediu paz e harmonia. Disse que para combater o terrorismo e tornar o mundo mais pacífico é necessário compromisso mútuo.

Para Furlan, encontro trará investimentos

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, avaliou como positivo o encontro com investidores estrangeiros em Nova York (EUA). De acordo com ele, não há nada que substitua o contato pessoal “face a face” com os investidores. “Eu acredito que não tenha ninguém que saiu daqui sem motivação para investir no Brasil”, afirmou o ministro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e oito ministros se reuniram com mais de 700 investidores dos EUA, Canadá, Venezuela e México.

“Nós podemos esperar novo fluxo de investimentos (para o Brasil). As empresas são muito atrativas e há também muitas delas que estão vendo o País como uma base competitiva para a exportação”, avaliou Furlan.

Na previsão de Furlan, os investimentos diretos estrangeiros devem superar os US$ 20 bilhões em 2005. “Para isso, nós não podemos ficar simplesmente esperando que os investimentos venham. Iremos a outras regiões do mundo, conversar com outros investidores, num trabalho de corpo-a-corpo, convencendo, dando oportunidade no Brasil”, disse.

Em 2004, os ingressos de recursos no Brasil por meio de investimentos diretos devem ficar em torno de US$ 12 bilhões, segundo estimativa do Banco Central. Em 2003, esses investimentos no país somaram US$ 10 bilhões.

Investimentos

Durante o evento, o presidente da Motorola do Brasil, Luis Cornetta, anunciou a instalação de cinco novas vias para produção de telefones celulares no País, a Ford anunciou que deve implementar o terceiro turno na sua fábrica na Bahia e elogiou as condições de produção no Brasil.

Hoje, Furlan embarca para Washington (EUA), onde se encontra com o subsecretário de comércio dos EUA, Grant Aldonas, para discutir sobre o comércio entre os dois países e os entraves que existem sobre alguns produtos, como camarão, suco de laranja e algodão.

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