Juro futuro se ajusta à Selic, mas EUA comandam humor

A curva de juros tem um ajuste técnico a fazer à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da quarta-feira, que reduziu a taxa Selic a 12% ao ano. Como o mercado não projetava integralmente essa hipótese – segundo as contas de operadores, os contratos curtos mostravam chance de apenas 50% de o corte ser de 0,5 ponto -, as taxas têm de cair. Mas, na avaliação de profissionais, o recuo pode ser limitado nos contratos de longo prazo por causa da piora de humor verificada no exterior na quinta, quando não houve negócios no Brasil por causa do feriado de Corpus Christi.

"Não fosse a piora de ontem no exterior, as taxas deveriam já estar caindo mais", afirma um operador, referindo-se à negociação na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Às 10h19, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2008 tinha taxa de 11,25% ao ano, ante 11,42% de quarta-feira. Já o DI para janeiro de 2009 estava a 10,60% ao ano (10,73% na quarta).

Ontem, os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro dos Estados Unidos) voltaram a subir com força e o papel de 10 anos foi para o nível mais elevado desde julho, para 5,11%. Em reação, o principal índice da Bolsa de Nova York, o Dow Jones, recuou 1 48%, e o índice de tecnologia Nasdaq, perdeu 1,77%.

O estresse, que se mantinha no início desta manhã, parece estar diminuindo. De todo modo, é o rumo do cenário externo que promete ditar o humor no mercado interno. E os contratos de juros de longo devem seguir de perto as oscilações no exterior, deixando em segundo plano a decisão do comitê.

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