Investimentos externos devem chegar a US$ 2,8 bilhões

Os investimentos estrangeiros diretos deste mês devem atingir US$ 2,8 bilhões, afirmou ontem o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes. Isso porque, segundo ele, até segunda-feira (25) já somavam US$ 2,4 bilhões, em virtude da entrada de US$ 1,384 bilhão da venda de ações da cervejaria AmBev para a cervejaria Interbrew, da Holanda.

Não fosse isso, porém, o volume de investimentos estrangeiros líquidos repetiria valor semelhante ao registrado em março, que chegou a US$ 1,402 bilhão – o dobro do resultado de março de 2004, que foi de US$ 703 milhões. Os investimentos líquidos na participação de empresas nacionais somaram US$ 854 milhões, enquanto os empréstimos intercompanhias chegaram a US$ 547 milhões.

De acordo com o economista do BC, o bom resultado de março, repetido em abril, demonstra que o fluxo de retorno das aplicações externas no setor produtivo ?está em franca recuperação, como esperávamos?. Mais uma razão, segundo ele, para o banco reafirmar a previsão de entradas totais de US$ 16 bilhões, este ano, em investimentos estrangeiros diretos, embora o mercado financeiro estime apenas US$ 14,5 bilhões.

Superávit

Ao divulgar ontem o relatório de março sobre o Setor Externo, Lopes ressaltou a importância do superávit (saldo positivo) de US$ 3,576 bilhões no balanço de pagamentos (receitas e despesas, menos juros) do mês passado, quando as transações correntes e a conta de capitais registraram saldos de US$ 1,758 bilhão e US$ 1,561 bilhão, respectivamente. Destaque mais uma vez para o saldo da balança comercial de março, que foi de US$ 3,349 bilhões.

De acordo com o relatório do BC, o saldo do balanço de pagamentos poderia ter sido ainda melhor, não fossem os gastos líquidos com serviços e remessas de renda, que somaram US$ 1,929 bilhão. Os gastos com serviços cresceram 26,8% na comparação com março de 2004, por conta, principalmente, das despesas com aluguel de equipamentos (US$ 350 milhões), computação e informação (US$ 144 milhões), transportes (US$ 111 milhões) e pagamentos de royalties e licenças (US$ 91 milhões).

O relatório do BC revela também que as reservas líquidas internacionais cresceram US$ 2,942 bilhões em março, com o total passando de US$ 59,017 bilhões, em fevereiro, para US$ 61,960 bilhões. Resultado das compras líquidas que o BC efetuou no mercado doméstico e do lançamento do bônus Global 15 no exterior, menos amortização de parte da dívida junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo o relatório, a dívida externa brasileira estimada para o mês de janeiro é de US$ 199,797 bilhões, com redução de US$ 1,577 bilhões na comparação com a dívida de US$ 201,374 bilhões registrada em dezembro de 2004. A dívida de médio e longo prazos soma US$ 180,3 bilhões, enquanto os compromissos de curto prazo equivalem a US$ 19,5 bilhões. 

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