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Inflação é a maior para novembro desde 2002

A inflação de 0,83% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado é a maior para meses de novembro desde 2002 (3,02%), segundo informou hoje a coordenadora de índices de preços do instituto, Eulina Nunes dos Santos. Ela observou que a alta do IPCA nos 12 meses encerrados em novembro, de 5,63%, representa a maior taxa desde fevereiro de 2009 (5,90%).

Segundo Eulina, o perfil da inflação em novembro “foi muito similar” ao de outubro, com forte pressão dos alimentos sobre o IPCA. Ela destacou que, enquanto em 2009 os alimentos, com variação anual acumulada de 3,18%, contribuíram para controlar o IPCA, em 2010 esses produtos, com alta acumulada de 8,95% de janeiro a novembro, representam a principal pressão sobre o indicador, com contribuição de 2,02 ponto porcentual para o IPCA acumulado no período (5,25%).

Ela observou ainda que, de janeiro de 2007 a novembro de 2010, os alimentos aumentaram 38%, enquanto o IPCA acumulou variação de 21,45%. Segundo Eulina, os produtos alimentícios pressionaram a inflação para cima em 2007 e 2008, revertendo a influência sobre o índice para baixo em 2009 e, de novo para cima, neste ano. “Este ano, está muito clara e forte a influência dos alimentos no IPCA em geral. Esses produtos tem peso muito grande no IPCA e sempre influenciam a inflação”, disse.

Por sua vez, segundo ela, o grupo de transportes, também com peso importante na despesa familiar, está contribuindo para evitar uma alta maior no índice oficial. Ela explicou que combustíveis, automóveis e ônibus urbano estão com reajustes abaixo da inflação. “Este ano não vimos pressões fortes dos transportes e outros (preços) administrados também, como telefonia”, acrescentou. O grupo de transportes registrou variação acumulada de 2,11% de janeiro a novembro, contribuindo com 0,41 ponto porcentual para a inflação acumulada no período.

Carnes

As maiores contribuições individuais para o IPCA de novembro foram dadas por produtos alimentícios como carnes (10,67%), açúcar cristal (8,57%), feijão fradinho (8,12%) e batata inglesa (7,30%), segundo explicou a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Sozinho, o item carnes contribuiu com 0,25 ponto porcentual, ou cerca de 30% do IPCA do mês.

Segundo Eulina, os preços das carnes estão sendo puxados para cima pela entressafra da carne bovina e pelo aumento da demanda interna e externa. Ela disse que, na região metropolitana de São Paulo, enquanto em dezembro de 2009 o quilo da alcatra custava R$ 15,41, em novembro deste ano ele chegou a R$ 19,88. Já o quilo do acém passou, em São Paulo, de R$ 8,64 para R$ 11,13 no período.

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