Indústria têxtil passa por bom momento

Enquanto o setor têxtil brasileiro pede à sociedade e ao governo federal maior atenção frente à carga tributária, desvalorização do dólar e a competição desleal dos produtos vindos de países como a China, as empresas do setor no Paraná vivem uma outra situação. Atualmente, o setor emprega no País diretamente 1,65 milhão de trabalhadores e sustenta mais de 7 milhões de pessoas. Porém, 260 mil postos de trabalho foram eliminados desde 2002 em todo o Brasil.

Para o secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Jacir Bergmann II, a legislação trabalhista ultrapassada e uma política federal que a cada dia beneficia apenas a importação são apenas algumas das causas que afetam diretamente o setor. ?O governo federal está estrangulando um setor onde o Paraná é o segundo maior pólo industrial de confecção do País?, afirma.

?Apesar disso, não vamos permitir que os 4.200 confeccionistas do Paraná – 90% delas micros, pequenas e médias empresas – setor entre os maiores geradores de empregos do Estado, com cerca de 95 mil colocações diretas e 250 mil indiretas, seja prejudicado?, destaca Bergmann II.

Entre as principais ações do governo estadual, informa o secretário, está a política fiscal, com a isenção ou redução do ICMS. ?Das 217 mil empresas ativas no Paraná, mais de 150 mil estão isentas ou com redução do pagamento de ICMS, muitas empresas do setor de confecção e têxtil?, aponta o secretário. ?Esta é a principal contribuição do governo do Paraná aos pequenos empresários.?

Segundo informações da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a indústria têxtil e a de confecção buscam a realização de acordos comerciais, rigoroso controle das alfândegas, redução dos tributos que pesam sobre o emprego, além de estímulos reais para a formalização de empresas e de empregos.

Corredor da moda

Localizado entre as cidades de Maringá, Cianorte, Londrina e Apucarana, o principal eixo das indústrias de confecções do Paraná é chamado de ?corredor da moda?. A região oferece 15 mil lojas varejistas de confecção, mil lojas atacadistas e 16 centros atacadistas e de pronta-entrega. ?É um setor que precisa receber qualificação para ser voltado à exportação?, diz Bergmann II.

Um dos principais trabalhos desenvolvidos pelo governo estadual está na adequação da produção para o mercado internacional. Um exemplo veio do Ano do Brasil na França em 2005, período em que a moda paranaense esteve à prova de estilistas franceses. Em work-shop realizado em Curitiba, empresários do setor no Estado aprenderam a ?afinar? a moda brasileira às exigências do mercado. (AEN)

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