Incentivo para empresas inovadoras

Empresas que investem em inovação, em pesquisa, têm mais possibilidades de crescer do que as demais. A constatação é do ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, que esteve ontem em Curitiba participando do lançamento do programa ?Inovar Semente?, durante o 13.º Fórum Brasil Capital de Risco. O evento, que continua hoje, é uma promoção da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

O ministro lembrou que a concepção de inovação nas empresas é algo recente no Brasil e que as pesquisas sempre estiveram relacionadas a universidades e centros de pesquisa. ?Chegamos ao final do século XX com essa concepção de vincular pesquisas a universidades e centros de pesquisa?, apontou. Rezende fez ainda uma comparação com a Coréia do Sul e o Brasil. ?Em 25 anos, o PIB da Coréia do Sul cresceu seis vezes, enquanto o do Brasil 50%. A diferença é que a Coréia fez na década de 80 o que estamos fazendo hoje?, afirmou, referindo-se aos estímulo à pesquisa nas indústrias.

Com o ?Inovar Semente?, explicou o ministro, o objetivo é incentivar as empresas nascentes. Umas das novidades é a participação de fundos de investimentos como parceiros. Na semana que vem, a Finep deve lançar edital convidando gestores locais para apresentação de um formato de fundo. Enquanto a iniciativa privada entra com uma parte dos recursos, a Finep responde com outra de mesmo valor. A proposta, afirmou o ministro, é que em três anos, o investimento por parte dos fundos seja de aproximadamente R$ 300 milhões. ?Boa parte serão investidores privados com fundos de até R$ 10 milhões?, explicou.

Para conseguir ter acesso aos recursos, porém, a empresa tem que ser antes de mais nada inovadora. ?A empresa tem que provar que tem uma proposta inovadora?, salientou o ministro. Segundo ele, segmentos como de software, biotecnologia, tecnologia eletromecânica são os mais promissores. Inicialmente, dez a doze regiões serão atendidas pelo programa, dependendo o número de propostas.

Juro zero

Outro programa que segue a mesma linha é o ?Juro Zero?, lançado no final de outubro. Durante o projeto-piloto, o programa foi implantado em apenas cinco regiões, entre elas Curitiba. Entre as vantagens, como o próprio nome sugere, é o juro baixo, que acompanha o índice de inflação – cerca de 6% ao ano. O objetivo é que o programa contemple aproximadamente 400 empresas inicialmente. Entre as exigências para a empresa está o faturamento anual de R$ 10 milhões.

O ministro falou sobre a dificuldade das empresas em conseguir recursos, citando os juros altos. Mas poupou críticas à política monetária e à taxa básica de juros (Selic), na casa dos 18% ao ano. ?O BNDES faz empréstimos para investimentos não na Selic, mas na TJLP, ou seja, 14% menos 6% da inflação. É um juro pesado, mas não tão grande?, afirmou. No caso do consumidor, o ministro citou o crédito consignado. ?A Selic não é usada por consumidores, nem em investimentos de longo prazo?, amenizou.

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