Incentivo à integração campo-cidade com território rural

Para poder adequar melhor a realidade e o desenvolvimento sustentável da região metropolitana de Curitiba (RMC), o governo do Estado e a prefeitura de Curitiba estão adotando a criação de um território rural da RMC. A medida deve gerar impacto positivo para os agricultores de hortifruticultura da região, ajudando a criar um cinturão verde e a proteger o meio ambiente.

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, Curitiba é a capital que possui a região metropolitana mais rural do Brasil. Estima-se que tenha 30 mil propriedades rurais, as quais abrigam população de aproximadamente 220 mil habitantes – o que corresponde a 8% dos três milhões de pessoas que vivem hoje na RMC. “Com a criação desse território rural, certamente conseguiremos manter a preservação de áreas de mananciais e também vamos frear a questão da especulação imobiliária”, afirma o secretário. A ideia inicial é dividir em três territórios, que seriam dos municípios que fazem limite com Curitiba, como São José dos Pinhais, Campo Largo, Colombo e Araucária; das localidades do Vale da Ribeira, onde seria implantada uma política de ações para essa região, mais pobre; e Curitiba sul, englobando as cidades da Lapa, Campo do Tenente, Rio Negro, entre outras.

O secretário diz também que será realizado um programa de desenvolvimento sustentável a médio prazo nas cidades englobadas pelo território rural. “Vamos trabalhar junto com órgãos públicos para realizar uma ação coordenada a fim de aproveitar ao máximo as potencialidades dessas regiões. Além disso, queremos explorar a boa imagem que a capital paranaense possui para promover o turismo rural, que também temos interesse em desenvolver cada vez mais.” Um turista que visita Curitiba, por exemplo, poderá fazer passeios nessas cidades, conhecer a cultura e culinária locais, entre outros atrativos. “Queremos fazer uma grande integração entre o urbano e o rural”, resume.

Além do turismo rural, devem se fortalecer, segundo Bianchini, os canais de comercialização de hortifruticultores como forma de dar sustentabilidade ao crescimento da metrópole. “Diversos setores da agricultura se beneficiarão”, garante.

Alimentos

Outro ponto destacado por Bianchini é que a política de abastecimento alimentar será o elo de ligação entre o meio urbano e o meio rural. “Se o abastecimento alimentar também é um problema urbano, esta pode ser a forma de o município polo, no caso Curitiba, financiar e contribuir com o meio rural da RMC por meio da compra de alimentos para abastecimento da capital.”

O assistente técnico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) Edinei Bruno informa que a criação desses territórios é uma tendência a ser seguida. “Com a divisão destes espaços, fica melhor para trabalhar e discutir os problemas metropolitanos. Entretanto, o objetivo não é apenas levantar diagnósticos, mas, sim, respostas. Assim, busca-se soluções mais rápidas”, comenta.

Bruno acredita que o território rural vai auxiliar no crescimento da RMC. “A agricultura e as políticas de alimentação serão fortalecidas com esse trabalho. A hortifruticultura da RMC poderá atingir outros mercados pelo Brasil com essa integração”, conclui.