Importador de azeite alerta contra falsificação

São Paulo

  – A alta do dólar fez o brasileiro, especialmente os das classes C, D e E, trocar o azeite de oliva pelos óleos compostos de soja. Até aí, a Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva) não viu nada de mais. Até porque azeites compostos, como o Maria, já fazem parte do varejo e dos hábitos dos consumidores. O problema é que alguns fabricantes decidiram vender ao consumidor óleo de soja como se fosse azeite, sem aviso.

Para comprovar que há fraude no setor, a própria associação encomendou ao Instituto Adolfo Lutz análise de composição dos produtos. Resultado: várias marcas não passaram no teste. Foram consideradas irregulares pelo alto teor de óleo de soja na composição, o que não permite que elas sejam classificadas como azeites. É o caso de Dolagar, Torremolinos e Faisão. Produtos que, hoje, o consumidor encontra em grandes redes de supermercados e mercearias.

“Nosso objetivo é denunciar a fraude para preservar o mercado do verdadeiro azeite de oliveira, de marcas que têm custos mais elevados porque oferecem qualidade ao consumidor”, diz Pedro Corrêa de Oliveira, diretor da Oliva e da Porto a Porto. Ele reforça o alerta: “O falsificador vende uma ilusão de ser o azeite de oliva mais barato do mercado, mas na verdade é o óleo de soja mais caro do mundo”.

O empresário diz ainda que o falsificador fala todas as línguas do mercado. “Ele tem marcas italianas (Antica Terra, Buono e Mediterrâneo) , usa termos como “prima espremuta a fredo” para enganar o consumidor e vender a idéia de que o produto tem qualidade.” Oliveira lembra ainda que outros falsificadores usam nomes de marcas supostamente portuguesas como Figueira da Foz, Minha Quinta ou Quinta da Boa Vista, falsificando o brasão de Portugal nas latas. Há ainda os que recorrem a nomes espanhóis como Torremolinos e La Coruña. Para o empresário, cabe ao consumidor ficar atento, enquanto a Oliva se compromete, a partir de agora, a realizar testes constantes com os produtos ofertados no mercado, para garantir a imagem do azeite.

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