Ibema vai investir para ampliar mercados

Quinta maior fabricante de papel cartão do Brasil, com 7% de participação, a indústria paranaense Ibema Companhia Brasileira de Papel almeja chegar ao segundo lugar desse mercado – que tem onze fabricantes -em três anos. Para alcançar esse crescimento, está investindo R$ 90 milhões na expansão da unidade fabril localizada no município de Turvo, próximo de Guarapuava, na região Central do Estado.

O projeto de expansão da empresa prevê a inauguração de uma nova planta e a aquisição de um equipamento que duplicará a capacidade atual de produção da Ibema já em janeiro de 2003, passando de 3 mil toneladas mensais de papel cartão para 6 mil toneladas. Em três anos, a idéia é atingir 9 mil toneladas mensais de produto, o que hoje equivaleria ao segundo lugar do mercado, liderado pela Suzano. Do aporte de R$ 90 milhões (50% já investido), 65% vem de financiamentos do BNDES e de uma agência de fomento alemã .

Com a nova fábrica, a empresa será a primeira a oferecer ao mercado de embalagens um papel com duas aplicações de tinta na camada superior e uma na inferior, permitindo a impressão em ambas as superfícies, ao contrário do que existe no mercado. O lançamento do produto, cujo custo é cerca de 3% superior ao produto convencional, foi realizado ontem em Curitiba para representantes da indústria gráfica.

No mercado há 46 anos, a Ibema destina 80% da produção ao mercado interno e exporta 20%, principalmente para o Mercosul. “Mesmo com a crise, a Argentina continua sendo nosso principal cliente, representando 60% das exportações. A única coisa que mudou com a crise foi a forma de pagamento: primeiro recebemos, depois mandamos o produto”, conta o diretor-presidente da Ibema, Rui Gerson Brandt. “A nova máquina permitirá venda para outros continentes. Nossa meta é manter 20 a 30% da produção para exportação”, revela. No ano passado, a Ibema faturou R$ 60 milhões. As previsões do setor para 2002 são de crescimento de 4%. “Como o nosso setor está muito atrelado a bens de consumo, o primeiro semestre foi de total estabilidade em relação a 2001, que foi um ano complicado. Mas está melhor que 2000”, enfatiza Brandt. Ele acredita que o lançamento do novo papel no início de 2003 permitirá ampliar os nichos de mercado, incorporando clientes com outro nível de exigência. O Brasil tem mais de 700 gráficas de embalagens, dos ramos alimentício, perfumaria/farmacêutico, confecção, higiene, limpeza, calçados e autopeças.

Função social

“Sempre foi dito que o Paraná tem vocação para papel, com indústrias conhecidas que ficaram hibernando. A Ibema está resgatando essa vocação num momento em que não se vê investimentos desses grandes grupos – alguns até atravessando dificuldades -, com a oportunidade de utilizar as reservas florestais e cumprir uma função social, gerando empregos numa região pobre do Estado”, salienta Brandt. A Ibema gera cerca de 600 empregos diretos, com estimativa de abrir 100 novos postos de trabalho com a inauguração da nova unidade em janeiro próximo.

Em parceria com o governo do Estado, a indústria construiu a vila rural Boa Esperança, nas proximidades da fábrica, onde residem 2.500 pessoas. 100% da energia consumida pela Ibema é gerada por hidrelétricas próprias. Toda a matéria-prima vem de reservas florestais próprias. Dos 8.100 hectares de área de reflorestamento, perto de 5.500 hectares estão plantados. A empresa recebeu dilação do ICMS do governo do Paraná como incentivo fiscal.

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