Greenspan já admite alta de juros nos EUA

O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Alan Greenspan, disse ontem ao Comitê Bancário do Senado americano que o aumento na taxa básica de juros do país – atualmente em 1% ao ano – deverá ser gradual. Greenspan disse que vê pouca possibilidade de que a inflação venha a disparar e forçar uma série agressiva de aumentos na taxa de juros de curto prazo do banco.

“Nossa visão é de que pressões inflacionárias não deverão ser uma preocupação mais séria por enquanto”, disse. “Aumentos na taxa de juros provavelmente terão de ser avaliados nos trimestres à frente”, acrescentou. O mercado financeiro tem interpretado a expressão de Greenspan como indicação de aumentos de 0,25 ponto percentual, em oposição a aumentos mais agressivos, de 0,5 ponto percentual – o que poderia comprometer a atividade econômica.

Petróleo

Greenspan disse que o Fed tem acompanhado de perto os preços de energia desde o início da recente escalada de preços do barril de petróleo, mas disse que não acha “ainda” que isso seja um fator de maior preocupação.

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou ontem o CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) de maio, que subiu 0,6% em maio, maior alta desde janeiro de 2001. Os altos preços do petróleo (que romperam a barreira dos US$ 42 em maio) e o crescimento da demanda estiveram entre os fatores que impulsionaram os preços de energia. Em abril, o aumento havia sido de 0,2%. Os preços de energia subiram 4,6% em maio, maior alta desde janeiro e muito acima do 0,1% de alta em abril. Os preços da gasolina dispararam (+8,1%), seguidos pelos preços do gás natural (+1,2%) e da eletricidade (+1,1%).

O núcleo da inflação – que exclui os preços de alimentos e energia -, no entanto, subiu apenas 0,2% (inferior à alta de 0,3% em abril.).

Greenspan enfatizou que o Fed tem que estar preparado para lidar com qualquer risco potencial à continuidade da recuperação econômica dos EUA, uma vez que a incerteza se tornou “a característica definidora” do cenário econômico.

O presidente norte-americano, George W. Bush, nomeou, no mês passado, Greenspan para um quinto – e último – mandato. O Comitê Bancário do Senado deve votar a nomeação nos próximos dias. Depois disso, o nome de Greenspan será encaminhado à votação por todo o Senado, que deverá aprová-lo para o cargo.

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