A montadora norte-americana General Motors (GM) precisa de US$ 4,6 bilhões em empréstimos adicionais no segundo trimestre deste ano, que é o valor pedido pela companhia em fevereiro de 2009 para se manter à tona, afirmou hoje o executivo-chefe interino da companhia, Fritz Henderson, durante entrevista concedida hoje. Ele disse que a GM espera evitar a concordata, mas ainda precisa cumprir metas importantes para conseguir se reestruturar extrajudicialmente. A montadora tem até 1º de junho para convencer o governo dos Estados Unidos de que é uma empresa viável.
Henderson afirmou que o Departamento do Tesouro dos EUA ainda não aprovou esse recurso adicional pedido pela empresa, que reduzirá ainda mais o número de funcionários horistas e assalariados nas próximas semanas e pretende disponibilizar para o público seu plano de reestruturação.
As negociações entre a montadora, seus credores e sindicato de trabalhadores seguem lentas, enquanto a companhia corre para vender vários ativos, de marcas não rentáveis a uma fábrica na França.
A GM retirou a AC Delco, sua fabricante de autopeças, da lista de ativos a serem vendidos, porque não conseguiu boas ofertas. Henderson disse que a AC Delco foi colocada à venda em outubro do ano passado e provocou muito interesse entre possíveis compradores. “Contudo, não conseguimos um valor justo para o negócio”, afirmou. A escassez de crédito no mercado e a queda nas vendas de automóveis têm complicado os esforços da montadora para vender seus ativos. Henderson disse que há compradores potenciais para sua marca Hummer de caminhões, para a europeia Opel e para uma fábrica de transmissores em Estrasburgo, na França.
Enquanto se esforça para reduzir custos e obter concessões de credores e sindicatos de trabalhadores na esperança de evitar uma reestruturação judicial, a GM também estuda um plano de sobrevivência sob a concordata. O plano considera a divisão da empresa em duas partes, uma compreendendo ativos bons como a Chevrolet e a Cadillac, e outra com ativos “ruins” como obrigações com planos de saúde para funcionários aposentados e a marca Saturn. “Estamos trabalhando para ter certeza de que o Tesouro dos EUA fique confortável e confiante de que atingiremos nossas metas”, afirmou Henderson.
Demissões
O executivo-chefe da montadora disse também que a GM vai realizar mais cortes na folha de pagamentos nas próximas semanas, mas não falou em números.
Quanto às negociações com os trabalhadores, Henderson disse que o sindicato dos trabalhadores (UAW) está mais focado nas conversas com a montadora Chrysler, que enfrenta um prazo mais curto que o da GM para provar que é uma empresa viável. No lado dos credores, um comitê que os representa espera um acordo com o sindicato para decidir como prosseguir. As informações são da Dow Jones.