FMI prevê que Brasil crescerá 3,5%

O Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro este ano e desempenho igual em 2005. “Na América Latina, embora o crescimento do PIB – principalmente no Brasil – tenha sido fraco em 2003, a recuperação econômica deve se consolidar em 2004, sustentada pelo aumento na demanda doméstica, aumento nos preços de commodities e a recuperação da economia mundial”, escrevem os técnicos do FMI.

Mas o fundo ressalta na publicação “World Economic Outlook” (Panorama Econômico Mundial), divulgada ontem, que a situação da dívida brasileira ainda é motivo de “significativa” preocupação.

“Políticas fiscais prudentes – que resultaram em um superávit primário de 4,5% do PIB em 2003 – e medidas para melhorar a estrutura da dívida pública ajudaram a diminuir as preocupações com a dinâmica da dívida do setor público (superior a 80% do PIB bruto)”, diz o FMI.

Juros

Segundo o texto, essa dívida continua a representar uma significativa vulnerabilidade para o futuro, principalmente se houver uma deterioração dos mercados financeiros internacionais que leve a uma perda de confiança dos investidores.

O FMI prevê um crescimento do PIB mundial de 4,6% este ano e de 4,4% em 2005. Para os Estados Unidos, a previsão é de crescimento de 4,6% em 2004 e de 3,9% em 2005, enquanto na América Latina e Caribe a expectativa é aumento de 3,9% este ano e de 3,7% no ano que vem.

O FMI credita a recuperação na economia brasileira prevista para este ano ao aquecimento da demanda interna, provocada pela “queda de 10,5 pontos percentuais nos juros, desde junho de 2003, em razão da redução da inflação e das expectativas de inflação”. Em 2003, o PIB brasileiro encolheu 0,2%.

“Políticas macroeconômicas fortes e progresso nas reformas estruturais contribuíram para aumentar a confiança e os sinais de recuperação no Brasil, incluindo a retomada do crescimento no segundo semestre de 2003”, avalia o FMI.

A mesma expectativa de retomada do crescimento no Brasil se repete nas previsões do Fundo para a América Latina.

“A recuperação (na América Latina) foi inicialmente provocada pela demanda externa, quando as exportações responderam às substanciais desvalorizações nas moedas da região, mas mais recentemente a demanda doméstica também passou a aumentar, com a queda nos juros e aumento na confiança”, destaca o FMI.

“O crescimento das exportações também sustentou uma melhora nas contas correntes dos países da região, que registraram um pequeno superávit em 2003 – o primeiro em 35 anos – enquanto a inflação ficou, de modo geral, bem contida.”

Mas apesar da evolução econômica, o FMI destaca que “o desemprego continua alto e acompanhado por enormes desigualdades sociais e o sério problema da pobreza”.

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