Fipe eleva projeção do IPC de 2010 de 5,04% para 5,3%

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, elevou hoje a projeção de inflação para a capital paulista em 2010, de 5,04% para 5,3%. De acordo com ele, o ajuste na estimativa para o indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) foi realizado muito mais em razão do comportamento passado da inflação, especificamente nos primeiros quatro meses do ano, e menos em função do cenário aguardado por ele para os meses seguintes.

Se confirmada a estimativa do coordenador para este ano, a inflação ficará bem acima da verificada em 2009, quando o IPC acumulou uma taxa de 3,65%. A projeção de Comune ainda está abaixo da realizada pelo mercado financeiro, já que a mais recente pesquisa Focus do Banco Central, divulgada ontem, mostrou que os economistas estão trabalhando com uma expectativa de taxa de 5,53% para o indicador de inflação paulistano.

Nesta terça-feira, a Fipe divulgou que o IPC subiu 0,39% em abril ante uma taxa de 0,34% observada em março. O resultado levou a inflação acumulada no primeiro quadrimestre de 2010 ao nível de 2,83%, superior ao resultado acumulado no mesmo período de 2009, de 1,46%.

“A revisão (na estimativa) ainda é motivada pela arrancada forte que tivemos no começo do ano”, comentou Comune, lembrando das grandes pressões que atingiram o IPC, como o forte aumento nos preços dos alimentos in natura em razão das chuvas do início do ano e o reajuste de 17,4% autorizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para as tarifas de ônibus.

Para maio, o coordenador do IPC espera uma taxa menor que a de abril, para 0,30%. De acordo com ele, o grupo Alimentação, que subiu 1,36% e respondeu por 0,31 ponto porcentual (78,58%) da inflação geral do mês passado, deverá mostrar importante desaceleração em maio, com uma variação de 0,65%.

O coordenador do IPC salientou que o cenário aguardado por ele para a inflação acumulada de 2010 leva em conta taxas mensais de 0,30% não somente para maio, mas também para os meses seguintes. De acordo com ele, as taxas não devem ser elevadas, mas há uma preocupação com o atual momento de consumo elevado no País, que, se não for atendido na medida certa pela produção, pode gerar pressões maiores nos preços. “Há um clima de muita euforia com o consumo de produtos que chega a ser preocupante”, opinou.

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