A formulação de políticas públicas e o comportamento do setor empresarial no Brasil ainda são marcados pela ideia de que avanços em inovação tecnológica só virão com o aumento do investimento agregado na economia, mas é possível inverter essa lógica. Segundo o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep, agência de fomento à inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), Glauco Arbix, “cada vez mais pesquisas mostram que investimento em inovação é capaz de aumentar o investimento agregado na economia”.
Em palestra nesta terça-feira no Fórum Nacional, no Rio, Arbix destacou a forte demanda por crédito para inovação. Apenas em um programa em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para pesquisas relacionadas a etanol – com R$ 500 milhões da Finep e igual valor do banco de fomento – a demanda chegou a R$ 14 bilhões, segundo Arbix.
O desafio agora é usar o investimento em inovação tecnológica para integrar cadeias produtivas, como no caso da exploração de petróleo na camada pré-sal. De acordo com Arbix, das 100 maiores empresas globais com tecnologia para fornecer produtos e serviços nessa cadeia, nenhuma é brasileira e um dos papéis do investimento em inovação é capacitar companhias para tal.