Dia do Trabalho

Feira oferece 6 mil vagas de emprego em Curitiba

Quem está desempregado tem a chance de, neste feriado do Dia do Trabalho, encontrar uma colocação profissional. Hoje e amanhã, na Praça Osório e no calçadão da Rua XV de Novembro, na capital, está acontecendo a 1.ª Feira do Emprego e da Capacitação Profissional de Curitiba, promovida pela prefeitura municipal.

Ao todo, 83 instituições participam do evento e, em suas tendas, abertas das 9 às 17 horas, oferecem cerca de 6.000 vagas de emprego e 18 mil vagas em cursos de capacitação e formação.

Entre as instituições estão empresas de recursos humanos e intermediação de mão-de-obra, instituições de ensino superior e especializadas em capacitação profissional, entidades do Sistema S (Senai, Sesc, Sest e Sebrae), sindicatos, grandes empresas e as secretarias municipais do Esporte e Lazer, da Saúde, da Educação, do Trabalho e Emprego e Fundação de Ação Social (FAS).

“A feira é uma maneira de comemorar o Dia do Trabalho de forma produtiva. Se fôssemos realizar um show, gastaríamos cerca de R$ 200 mil. Com a feira, não devemos ultrapassar R$ 80 mil. Atualmente, em Curitiba e nos municípios da região metropolitana, existem cerca de 150 mil pessoas desempregadas. Esperamos que passem pela feira pelo menos 20 mil visitantes”, disse o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Jorge Bernardi,

O principal objetivo do evento é promover um elo de ligação entre os trabalhadores e as empresas que possuem vagas disponíveis, mas não conseguem encontrar trabalhadores qualificados para ocupá-las. Estas empresas, segundo Bernardi, são principalmente oficinas mecânicas e empresas das áreas de telemática, elétrica e eletrônica.

“A realização da feira deve ser muito importante para a cidade de Curitiba, que está encontrando uma nova forma de comemorar o Dia do Trabalho. Esperamos que o evento se torne anual e sirva de exemplo para outras cidades brasileiras”, declarou o secretário municipal de governo, Rui Hara.

Na feira, pessoas com necessidades especiais também terão oportunidades. A organização não governamental Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu), que atua em todo o País, estará disponibilizando trezentas vagas para cidadãos com deficiência. 

Comércio e serviços são os que têm mais vagas

Helio Miguel

Focar nos setores de comércio e de serviços pode ser uma boa opção para quem procura emprego em Curitiba. Afinal, os setores são os que vêm segurando os índices do emprego positivos, na capital, nos últimos meses.

Desde o início da crise mundial, em outubro do ano passado, até março deste ano, as áreas foram as únicas que contrataram mais do que demitiram, de acordo com um estudo do Observatório do Trabalho, órgão mantido pela Secretaria Municipal do Trabalho, em conjunto com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“De uma forma geral, o emprego é menor em Curitiba, em relação a setembro do ano passado”, diz a economista Lenina Formaggi, do Dieese e do Observatório. Na comparação com mês citado pela economista, março terminou com 0,64% menos vagas, na capital.

A indústria foi a principal responsável pelo índice: na mesma comparação, reduziu 1,1 mil postos de trabalho (-5,89%). A redução aconteceu em todos os seus subsetores.

O comportamento, porém, não se repetiu no comércio e nos serviços. O primeiro fechou o mês com 133,9 mil vagas, 0,55% a mais que em setembro de 2008, quando existiam 133,1 mil postos de trabalho na área. Já o segundo tinha 313,7 mil vagas, contra 312,9 mil no mês que antecedeu a crise -um crescimento de 0,68%.

No comércio, foi o setor atacadista o que teve a variação mais pos,itiva em março, com 1,47%, ainda em relação a setembro do ano passado. O varejo, que responde pela maior parcela das vagas, cresceu 0,41%. Nos serviços, nem todos os subsetores cresceram: as instituições financeiras, por exemplo, cortaram 2,3% dos postos de trabalho.

Para Formaggi, a expectativa, em Curitiba, é de que o emprego se recupere nos próximos meses, porém sem os mesmos índices dos últimos anos. “A indústria é a maior preocupação.

Mas agora há muitos pacotes de incentivo ao consumo aparecendo, com reduções de impostos, e o consumidor está aderindo”, diz a economista, concluindo que o setor também pode voltar a contratar mais do que demitir, durante o ano.