Falta investimento em inovação tecnológica

As empresas brasileiras têm investido muito pouco em inovação tecnológica. Uma pesquisa realizada pelo IBGE para a Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras – Anpei, revela que de um universo de 72 mil indústrias avaliadas, apenas 22 mil investiram em pesquisa e desenvolvimento no período de 1998 a 2000.

A pesquisa mostra também que do montante de recursos aplicados em pesquisa e desenvolvimento no Brasil apenas 37% são provenientes de investimentos privados. Os 63% restantes são investimentos públicos. Nos países da Europa a relação é exatamente inversa.

Os dados foram apresentados pelo diretor-executivo da Anpei, Olívio Ávila, na última terça-feira (24), durante o Encontro Paranaense de Inovação na Indústria, realizado em conjunto pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Instituto Paraná de Desenvolvimento (IPD).

Ávila disse que, infelizmente, os resultados revelados pela pesquisa supreenderam negativamente. “Os números mostram que as empresas estão dando muito pouca importância à pesquisa e desenvolvimento e ao processo de inovação tecnológica”, disse. Outro dado preocupante que a pesquisa revela é que as empresas estrangeiras investem mais em pesquisa no Brasil do que as empresas nacionais.

Ávila ressaltou que iniciativas como a criação da Academia Paranaense de Desenvolvimento, liderada pela Fiep e pelo IPD, são válidas para integrar o meio acadêmico ao setor empresarial e despertar a consciência da necessidade de investir em inovação. O evento reuniu doutores e empresários com o objetivo de, juntos, discutirem o processo de inovação tecnológica.

Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, a parceria entre profissionais com doutorado e empresários é importante para ampliar a capacitação do setor industrial. “O empresário está percebendo que a inovação tecnológica é fundamental para o desenvolvimento de sua empresa”, diz Rocha Loures. “Temos que transformar o conhecimento acadêmico em riqueza”, disse.

Por meio de um diálogo interativo, empresários e doutores definiram como algumas das prioridades o mapeamento das competências e áreas de atuação dos profissionais do meio acadêmico, o mapeamento das necessidades das indústrias na área de inovação tecnológica e uma avaliação contínua do processo de interação academia-empresa-comunidade.

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