Exportações de madeira sólida cresceram 18,8%

As exportações de itens florestais fabricados a partir da madeira sólida (compensado, portas, móveis, molduras, entre outros) cresceram 18,8% no acumulado entre os meses de janeiro e maio deste ano, quando comparado ao mesmo período no ano passado. Foram US$ 1,01 bilhão em 2003, contra US$ 0,85 bilhão em 2002. Acrescidos dos volumes relativos a papel e celulose, o total chega a US$ 1,45 bilhão, nos cinco primeiros meses de 2003, 16,9% maior que os US$ 1,24 bilhão de um ano atrás.

Segundo Odelir Battistella, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente – Abimci, esse crescimento se deve, principalmente, a agilidade que os empresários têm tido na busca de novos mercados, ao promover encontros com importadores internacionais para mostrar a qualidade dos produtos brasileiros. “Hoje, vendemos para países da Europa, Ásia e América do Norte”, afirma Battistella. Ele lembra que as exportações de produtos de madeira contribuem quase que integralmente para a balança comercial brasileira. “Praticamente, não importamos nada. Tudo que produzimos tem origem no Brasil, além de sermos um dos maiores geradores de emprego e de fixação do homem no campo”, diz o presidente da entidade. Os investimentos privados previstos para o setor florestal são de US$ 12 bilhões até 2005 (US$ 5 bilhões só no setor madeireiro).

Dentro do agronegócio, os itens florestais lideram as exportações, segundo relatório do Instituto de Economia Agrícola, com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior. Nos primeiros meses de 2003, os cinco principais produtos exportados pelo Brasil, foram os itens florestais (papel, celulose e madeira sólida), seguido pelos cereais, leguminosas e oleaginosas; bovinos; suínos e as aves; e café e estimulantes.

Baseado na filosofia de Floresta Produtiva, o presidente da Abimci lembra um estudo comparativo do Imazon, divulgado recentemente pela FAO, no qual a produção média de uma criação de 32 milhões de cabeças de gado exige pelo menos 64 milhões de hectares, com uma renda bruta de aproximadamente R$ 600 milhões e emprego de mão-de-obra não superior a 120 mil pessoas. Na mesma área, se não desmatada, realizando-se a extração sustentável da madeira, sob a forma de manejo, haveria uma renda bruta de R$ 3,1 bilhões, cinco vezes maior, com quase o dobro de empregos, 230 mil. “Sob o ponto de vista fiscal e tributário, a contribuição do setor madeireiro, com retirada comercial de 28 milhões de m3 por ano, tem sido nove vezes maior que a da pecuária”, completa Battistella, ainda baseado no estudo.

O presidente garante que a intenção não é substituir nenhum outro produto. “Queremos apenas ser reconhecidos como empresários produtores, sérios e preocupados com o meio ambiente, porém aproveitando uma riqueza renovável que o Brasil tem e outros países não têm”, afirma Battistella. Para ele, o Fórum Nacional da Indústria de Madeira Sólida, realizado em Brasília, na semana passada, teve como objetivo colocar o setor em lugar de destaque na política econômica, olhando o futuro pelo aspecto produtivo.

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