Empresário precisa participar da política

Em meio a um cenário econômico adverso e aproveitando a esteira do ano eleitoral, o Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) está concentrando esforços para a realização de uma reforma política no País. Nesse sentido, foi lançada ontem a Rede de Mobilização Política Empresarial (www.fiepr.org.br/redeempresarial) – um site de debates, onde os empresários poderão interagir por meio de artigos, mensagens e opiniões, fomentando assim a discussão em torno da reforma política. O lançamento ocorreu ontem durante o Congresso Paranaense da Indústria, que reuniu cerca de dois mil participantes em Curitiba.

?Há consciência no empresário de que ele tem que ser um ator político. Se não houver reação da sociedade, não vão acontecer mudanças na política brasileira?, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, durante coletiva concedida ontem à imprensa. Segundo ele, entre os desafios estão a redução substancial dos gastos públicos e a melhoria na qualidade de serviços, como saúde e educação. Loures salientou ainda a importância da segurança jurídica e pública. ?Temos que defender a democracia, é uma tarefa de todos.?

Sobre a Rede de Mobilização Política lançada ontem, Loures afirmou que as discussões servirão para construir uma agenda estratégica para o País e ?fazer uma pressão saudável? no governo. A idéia, segundo ele, é elaborar a partir do debate um documento consolidado que será encaminhado para políticos e a opinião pública. ?O momento do voto deve ser um momento de renovação?, afirmou.

Apesar de este ser um ano eleitoral, Loures afirmou que a Fiep não deve apoiar diretamente nenhum candidato. ?Nossa proposta é ser político, mas apartidário?, disse. ?O papel da rede é justamente capacitar as pessoas, para que elas tenham melhor conhecimento e saibam interagir com os candidatos.?

Em nível nacional, a Fiep, juntamente com outras federações das indústrias, bancos, comércio e outros setores fazem parte da Ação Empresarial, que está construindo uma agenda estratégica para o País. O documento abrange cinco temas centrais – entre eles finanças públicas, infra-estrutura e reforma política – não é setorial, nem regional. A idéia, segundo Loures, é apresentar o trabalho a todos os candidatos à presidência.

Gestão empresarial

Entre os diversos temas de palestras proferidas ontem durante o congresso, o de gestão de empresas foi o que atraiu o maior número de participantes. ?O grande desafio do empresário está na gestão. É preciso ter ganhos para compensar o ambiente econômico adverso?, afirmou Loures, referindo-se ao excesso de burocracia, impostos, crédito escasso, falta de políticas públicas efetivas de apoio à empresa, além do câmbio sobrevalorizado, ?que tira a competividade dos artigos exportados.? ?A política econômica está voltada, infelizmente, para atender o Estado e o sistema financeiro e não para o crescimento econômico?, criticou Loures.

Este ano, o congresso reuniu cerca de duas mil pessoas -75% do setor empresarial (industriais, serviços e comércio) e 25% do governo, universidades, organizações não-governamentais. Quase 70% dos participantes eram da Grande Curitiba e 30% do interior. ?O congresso superou nossas expectativas, não só pela quantidade como pela qualidade dos trabalhos?, comemorou Loures. 

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