Emprego formal aumenta no interior e cai na RMC

O nível de emprego no Paraná apresentou alta de 0,37% em março, correspondendo à geração de 5.624 novas colocações no mercado formal. O índice apresentado pelo Estado ficou acima da média nacional, que foi de 0,09%. Com este resultado, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Paraná é de aproximadamente 1,527 milhão, enquanto o de desempregados, entre 500 e 680 mil.

Apesar do índice positivo (o terceiro consecutivo do ano), o nível de emprego no Estado está em desaceleração, segundo análise de técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos do Paraná (Dieese-PR). “Pela primeira vez, desde 1990, março apresenta nível de emprego menor do que fevereiro”, revela o supervisor técnico do Dieese-PR, economista Cid Cordeiro. Em fevereiro, houve geração de 10.770 novos empregos, contra os 5,6 mil de março.

Historicamente, conta Cid, a variação é crescente de janeiro a maio – mês em que o nível de emprego atinge o pico, principalmente por conta da safra agrícola. “Essa quebra da tendência é reflexo das altas de juros e queda da renda das famílias, que acabam afetando a produção”, aponta. Se março tivesse repetido a tendência de 2002, o Paraná fecharia o mês com geração de 15 a 17 mil novas vagas.

Setores

O interior do Estado apresentou a geração de 6.758 empregos em março, enquanto a Região Metropolitana de Curitiba, perda de 1.134 empregos. Entre os setores que mais empregaram, destaque para produtos alimentícios e bebidas, que abriu 3.352 vagas; agricultura e silvicutura, 1.117; ensino, 636, madeira e mobiliário, 636; comércio atacadista, 531 e têxtil e vestuário, 454.

No acumulado do ano, foram criados 21.326 empregos, registrando aumento de 1,42%. O interior do Estado respondeu por quase 87% das vagas, com 18.517 empregos, enquanto na RMC, houve a geração de 2.809 postos de trabalho. Os setores que mais empregaram, no acumulado do ano, foram o de produtos alimentares (4.765 vagas), serviços gerais (2.953), ensino (2.119) e hotéis e restaurantes (1.918).

No outro extremo, apresentaram queda o setor de borracha, fumo e couros (-62 vagas), materiais elétricos de comunicação (- 645), construção civil (-176) e administração pública (-117). No caso da administração pública, aponta o economista Sandro Silva, do Dieese, a redução do emprego formal se deve à mudança de governo e passagem de trabalhadores celetistas para estatutários. Já a construção civil vem registrando queda ao longo dos meses, principalmente porque a economia não tem apresentado crescimento e por conta da informalidade. “Diminuíram as obras públicas e aumentaram as pequenas construções, em que o trabalhador é contratado na informalidade”, acredita.

“Economia patinando”

A desaceleração no nível de emprego é sinal claro de que a economia real – produção e emprego – está patinando, afirma Cid Cordeiro. “O nível de produção está apresentando desaceleração, enquanto o esperado para março, até maio e junho, era aceleração”, aponta. “É um sinal preocupante que mostra que é necessário transferir, urgentemente, os indicadores positivos para a economia real.” Para Cid, isso deve ocorrer a partir da retomada da queda de juros e desaceleração da inflação. Para maio, está prevista deflação na cesta básica de Curitiba e inflação em torno de 0,5%.

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