Dólar tem a quinta baixa seguida

Em um dia de grande volatilidade no mercado de câmbio, o dólar comercial fechou ontem em baixa de 0,34%, a R$ 2,865, registrando sua quinta queda consecutiva. A moeda norte-americana terminou o dia ao menor valor desde 18 de julho de 2002.

A desvalorização reflete o otimismo do mercado quanto aos números da economia brasileira, à possibilidade de corte na taxa básica de juros e a novas captações de empresas brasileiras no exterior ?fator que explica os 17,10% de baixa acumulada desde o começo de abril.

Os investidores aguardam a divulgação de dados sobre a inflação. Logo mais sai a primeira prévia de maio do IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). No mês passado, o indicador ficou em 0,92%. Hoje serão divulgados o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) de abril e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística). A expectativa é de que os indicadores mostrem uma desaceleração na alta dos preços.

??Se realmente esses índices vierem de acordo com as previsões do mercado, o dólar pode recuara ainda mais??, afirma um analista.

Isso porque uma diminuição da inflação abriria caminho para o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduzir já na sua próxima reunião, em 20 e 21 de maio, a taxa Selic, que está atualmente em 26,5% ao ano.

Divulgado ontem, o superávit de US$ 447 milhões na balança comercial, da segunda semana de maio, também animou os investidores. No ano, o saldo positivo acumulado é de US$ 5,940 bilhões.

A cotação da moeda norte-americana osciliou ontem entre a máxima de R$ 2,905 e a mínima, R$ 2,859.

A discussão sobre o ponto de equilíbrio do dólar e a possibilidade de intervenção do banco central provocaram um pequeno movimento de compra por parte de empresas que têm compromissos a saldar em dólares, as quais aproveitaram o preço baixo para antecipar pagamentos de dívidas e reforçar o caixa.

No entanto, até que haja uma definição sobre os juros, a postura dos investidores é de cautela o que, somado às perspectivas positivas, ajudou a segurar as cotações do dólar.

Risco e dívida

O risco-país desabou 2,18%, para 716 pontos, o menor nível desde 20 de março de 2002.

O C-Bond, principal título da dívida brasileira, voltou a registrar valorização recorde e chegou a ser vendido a 91,438% do valor de face, com elevação de 0,69%.

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