Dólar fecha em alta com mercado esperando nomes

O dólar fechou ontem em alta pela segunda vez consecutiva, conseguindo espaço para subir principalmente com a expectativa do mercado pelos nomes da futura equipe econômica. A moeda subiu 0,95% e fechou cotada a R$ 3,72 para venda e R$ 3,72 para compra, cotação vista pela última vez em 30 de outubro. Já o risco-país brasileiro avançou 3,14% para 1.608 pontos.

O Banco Central vendeu ontem US$ 276 milhões ao mercado em linhas externas, que deverão ser devolvidas aos cofres da autoridade monetária em janeiro e terão como função tranquilizar os bancos na virada do ano. Foram três operações, as duas primeiras simultâneas, quando foram vendidos US$ 250 milhões e a terceira à tarde, quando a oferta foi refeita mas foram vendidos somente US$ 26 milhões. O BC tinha a intenção de vender ontem US$ 500 milhões e vai promover nova oferta hoje, de US$ 150 milhões.

Como o montante só será entregue ao mercado a partir da próxima semana e já com compromisso de recompra pelo BC, a liquidez continuou pequena.

Equipe

A maior parte dos investidores aguarda pelos nomes da futura equipe econômica antes de fechar negócio, reduzindo drasticamente o volume de operações.

Havia expectativa de que o anúncio ocorresse ontem, com a volta do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Brasil após um giro pelo Chile e Argentina. Entretanto, a falta de sinais do PT nesse sentido deixou os investidores irritados e preocupados.

Lula precisaria indicar ao menos o novo presidente do BC a tempo da sabatina pelo Senado, que entra em recesso dia 15 e só volta em fevereiro. Sem a sabatina, o indicado de Lula não poderá ser empossado.

“O mercado está ficando nervoso com a demora do anúncio da equipe e do BC, fica um dizendo uma coisa, outro dizendo outra, e como a liquidez é pequena, qualquer coisa já tem impacto sobre a cotação”, afirmou Marco Antonio Azevedo, gerente de câmbio do Banco Brascan.

Nos últimos três dias, as operações acabaram dominadas pela compra de dólares por parte de empresas com dívidas a saldar no exterior, que não podem adiar os negócios e acabam impulsionando a alta da cotação. Só neste mês, vencem US$ 3,1 bilhões em dívida privada externa.

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