Dólar encerra maio com a maior alta acumulada do ano

O dólar comercial fechou hoje estável, a R$ 2,516 na venda. Mas, em maio, acumulou alta de 6,5%. Até então, a maior valorização acumulada de 2002 era a de janeiro, quando a moeda subiu 4,32% no mês. Em abril, o dólar teve alta de 1,54%. Já fevereiro e março, acumularam, respectivamente, quedas de 2,07% e 1,61%.

Entre os acontecimento de maio, dois tiveram forte contribuição na pressão da moeda no mês: a enxurrada de relatórios de bancos, alguns rebaixando e outros reafirmando a classificação dos títulos brasileiros, e a divulgação de pesquisas de intenção de voto. Os bancos que reduziram a classificação brasileira citam ameaças à atual conjuntura econômica diante da possibilidade de vitória do candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, considerado por parte do mercado como um candidato mais “radical” de esquerda. Alguns participantes do mercado, porém, acreditam que há exagero nessa avaliação.

Esses dois fatores, que estão claramente ligados, elevaram a procura por “hedge” (proteção) em dólar, o que pressionou a cotação da moeda no mês. Além disso, permanece o risco de contágio da crise Argentina. Esse fator, assusta mais os investidores estrangeiros, prejudicando a entrada de capital no Brasil.

Outros fatores que contribuíram com o avanço do dólar neste mês foram o caso Vale, com a acusação de que o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira pediu propina durante o processo de privatização da empresa, em 1997, e rumores de que a Receita Federal deveria aumentar a fiscalização e apurar suspeitas de sonegação de CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) por parte dos bancos. Hoje, último dia útil do mês, no entanto, o volume de negócios foi bastante reduzido, já que muitos investidores emendaram o feriado de ontem (Corpus Christi). A moeda norte-americana oscilou entre R$ 2,510 (baixa de 0,23%) e R$ 2,529 (alta de 0,51%), mas acabou fechando estável, a R$ 2,516 na venda. (Fonte: Correio Web/FolhaNews)

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