Desempenho extraordinário das motos

Rio

e São Paulo  – Nenhum setor da indústria de bens duráveis tem apresentado um desempenho tão bom quanto a produção de motocicletas. Nos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a indústria geral cresceu apenas 3,5% e o setor de duráveis, 4,7%, a fabricação de motos alcançou 19,4%. Em março (último dado disponível), o ganho foi de 10,2% em relação ao mesmo mês de 2002. No primeiro trimestre deste ano, o segmento se expandiu 23,5%, enquanto a produção de duráveis caiu 1,5% devido à retração da demanda interna.

– A produção de motos tem sido uma exceção dentro dos duráveis. A expansão do setor começou há pelo menos dois anos, em razão do crescimento dos serviços de entrega rápida e mototáxis nas metrópoles e da substituição das bicicletas no interior – diz Sílvio Sales, chefe do Departamento de Indústria do IBGE.

Nos últimos dez anos, a produção nacional de motos cresceu 1.032%, saltando de 83.458 unidades, em 1993, para 861.469 no ano passado, com faturamento de R$ 3,8 bilhões. Segundo estimativas da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), este ano serão produzidas no país 1,08 milhão de unidades, 25% a mais que no ano passado. Como nos automóveis, o carro-chefe das vendas são os modelos populares: as motos de 125 cilindradas respondem por 70% das unidades comercializadas.

O índice de nacionalização dos modelos de até 200 cilindradas hoje chega a 95%. Com isso, o preço médio de uma moto de 125 cilindradas caiu de US$ 2.950 para US$ 1.450 hoje. Com prestações mensais entre R$ 80 e R$ 100, os consórcios desses modelos, segundo a Abraciclo, respondem por 60% das vendas.

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