Congresso dos EUA prevê déficit fiscal recorde

O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês) anunciou que o déficit do orçamento americano deverá atingir US$ 407 bilhões no ano fiscal de 2008 e irá subir ao recorde de US$ 438 bilhões no ano fiscal de 2009, que começa no dia 1º de outubro.

Segundo o CBO, o déficit do orçamento de 2008 irá subir para 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas por um país) este ano. Já o déficit do orçamento de 2009 será equivalente a 3% do PIB. O CBO é responsável por oferecer informações, análises e estimativas do orçamento ao congresso, sem inclinação partidária.

O diretor do Escritório de Administração e Orçamento dos EUA (OMB, na sigla em inglês), Jim Nussle, disse que as estimativas do CBO para o ano fiscal de 2008 “estão em linha com as projeções” do grupo, mas que os números do ano fiscal de 2009 não são “reais”, porque incluem uma extensão de emergência de guerra e gastos suplementares e não calculam corretamente o impacto dos impostos nas receitas. O OMB é responsável por organizar o orçamento que o presidente americano apresenta ao Congresso.

“O déficit orçamentário aumentou substancialmente no último ano” disse o diretor do CBO, Peter Orszag. “De acordo com as projeções mais recentes do CBO, a economia irá provavelmente experimentar pelo menos vários meses de enfraquecimento”, acrescentou.

O presidente do comitê de orçamento do Senado, o democrata Kent Conrad, disse que “o próximo presidente herdará um orçamento e um cenário econômico muito pior do que a maior parte das pessoas pensa”.

A ajuda do Tesouro dos EUA divulgada domingo às agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac traz novas questões relacionadas às projeções para o orçamento, já que o Departamento do Tesouro pretende adquirir uma participação acionária nas empresas.

Segundo Orszag, “em nossa visão, nesse momento, a Fannie Mae e a Freddie Mac deveriam ser diretamente incorporadas ao orçamento americano” e o CBO pretende incorporar as decisões recentes nas estimativas de janeiro. Orszag disse não estar claro se a Casa Branca irá incorporar a aquisição das ações da Fannie e da Freddie nos números do orçamento. As informações são da Dow Jones.