Comércio espera vender 10% mais no Natal

O comércio varejista está otimista e espera um crescimento médio de até 10% nas vendas neste final de ano. A entrada da primeira parcela do 13.º salário – que deve ser paga pelas empresas até o dia 30 de novembro – é a primeira perspectiva de otimismo do setor, que prevê parte do dinheiro sendo encaminhado para o pagamento de dívidas antigas e, outra, na compra de presentes para este Natal.

O presidente do Sistema Fecomércio, Darci Piana, considera que existem alguns indicadores conjunturais que sinalizam para este desempenho positivo. Entre eles, o controle da inflação, que deve fechar o ano em 5%, enquanto no ano passado ela foi superior a 7%.

?A redução da taxa de juros – a perspectiva é de que a Selic feche o ano em 18% – deve contribuir para estimular as vendas a crédito, de forma a reduzir a contração já existente no crédito consignado (com desconto em folha)?, diz o empresário. Segundo ele, outro fator que vai contribuir para melhorar as vendas é o esticamento do ciclo do crédito, ?com a adoção, pelo comércio, de prazos mais longos para o pagamento das compras?.

Ainda são fatores positivos a considerar, o fato de que os dois últimos meses do ano são período de reajuste salarial (data-base) de diversas categorias profissionais. ?O período de contratações de temporários para ajudar nas vendas de final de ano coloca mais consumidores em condições de comprar, mais dinheiro em circulação, e parcela desse dinheiro deve retornar ao comércio?, acredita Piana.

Uma pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo aponta que o crediário continuará a ser a forma de pagamento mais utilizada por aqueles que pretendem fazer compras de bens de maior valor agregado. ?Isso significa que o consumidor está cauteloso, mas não vai deixar de comprar presentes e trocar eletrodomésticos neste final de ano, o que deve trazer impacto positivo para o comércio?, acrescenta. Só o setor de eletrodomésticos espera um crescimento de vendas de 4% até o final de dezembro.

Itens mais procurados

Entre os itens mais procurados, a Associação Comercial do Paraná (ACP) aposta em confecções e calçados, seguidos por produtos convencionais como CD?s, livros e perfumes. Apesar de os aparelhos eletroeletrônicos não estarem entre os produtos com maior probabilidade de intenção de compras, o aparelho de DVD está bem cotado, devendo ser um dos itens de maior procura.

O telefone celular continuará, após três anos consecutivos, como um dos itens mais procurados pelos consumidores. Para o vice-presidente de Serviços da ACP, Élcio Ribeiro, a explicação está no investimento pesado em campanhas promocionais e publicitárias das operadoras, aliadas ao lançamento de novos modelos e queda de preços dos aparelhos. A ACP aposta em crescimento de 8% nas vendas para o Natal neste ano, na comparação com o ano passado.

Preços

Com relação aos preços, o vice-presidente da ACP acredita que neste Natal serão comercializados presentes de menor valor, com as compras girando em torno de R$ 45,00, predominando a venda a prazo. ?Como a taxa de inadimplência na nossa região pode ser considerada baixa e com o consumidor mais cauteloso, com melhor planejamento de seus gastos, parte do 13.º salário poderá ser usado para consumo. O cenário pode ficar ainda mais favorável com a recuperação mais acentuada da renda com os reajustes de salários de diversas categorias.? Em 2004, o número de consultas suplantou as expectativas, superando em 11% ao total de 2003. Foram realizadas 107.366 consultas, ante 98.616 de 2003.

Em todo o País, o 13.º salário vai injetar na economia recursos da ordem de R$ 40 bilhões entre os meses de novembro e dezembro. No Paraná, ainda não há previsão da quantia que deve entrar com o salário extra. No ano passado, levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR) indicava que o 13.º salário injetaria R$ 2,550 bilhões no Estado.

Shoppings

Se para o comércio em geral as vendas de Natal costumam ser positivas, para os shopping centers esta é a época do ano em que eles mais investem. Em Curitiba, muitos shoppings já estão inaugurando a decoração natalina, com atrações para público de todas as idades. É o caso do Shopping Curitiba, que prevê um crescimento de 15% de público e de 20% nas vendas, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os investimentos do Shopping Curitiba com campanha, decoração e promoções de Natal somam R$ 1,3 milhão.

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