Chance de safra ser recorde está distante, diz Stephanes

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse hoje que é remota a possibilidade de o Brasil produzir, em 2009/2010, uma nova safra recorde de grãos. Ele também destacou a menor produção de arroz em virtude dos problemas climáticos no Rio Grande do Sul, o maior produtor do cereal. O Estado deve colher uma safra 8% menor. “Com exceção do arroz, temos uma previsão de safra considerada boa, com possibilidade de recorde. Mas eu diria que essa possibilidade está um pouco distante”, disse o ministro, em entrevista após a divulgação do quarto levantamento de safra pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Stephanes ressaltou, no entanto, que a produção total, estimada em 141,35 milhões de toneladas, será a segunda maior da história. A safra recorde, de 144,1 milhões de toneladas, foi obtida em 2007/2008.

Ainda em relação ao arroz, Stephanes destacou que, apesar de o Rio Grande do Sul responder por 60% da produção nacional, essa redução de 8% na produção gaúcha “não vai prejudicar o abastecimento interno”. Mas ele admitiu que “é provável uma pequena variação de preço”, que seria, segundo ele, apenas uma recuperação em relação à queda nas cotações do grão nos últimos seis meses.

Ao comentar a possibilidade de uma safra recorde de café – entre 45,89 milhões e 48,66 milhões de sacas -, o ministro afirmou que aparentemente “as indicações são de que não haveria muita necessidade” de a Conab adquirir café neste ano-safra para regular os preços. “Mas temos de ter instrumentos à disposição para agir, caso seja necessário”, disse, lembrando que a Conab tem condições de adquirir até 10 milhões de sacas nesta safra.

Etanol

Na entrevista, Stephanes reiterou que o governo deve decidir, na próxima segunda-feira, se reduz o porcentual de mistura de etanol na gasolina, hoje de 25%. “A redução da mistura é uma boa hipótese”, disse. O ministro explicou que, devido ao excesso de chuvas, as máquinas não conseguiram entrar nas plantações de cana-de-açúcar para fazer a colheita, causando um atraso de cerca de 25% no cronograma dos trabalhos.

“Parte disso foi recuperada e de qualquer forma deve ficar um estoque de 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para o ano que vem”, afirmou. Stephanes reconheceu que, por conta do atraso, o preço do etanol para o consumidor está desfavorável. Ele ressaltou que, caso seja autorizada a redução da mistura, ela será passageira.