Dieese

Cesta básica de Curitiba registra queda

Apesar de alta na maioria dos produtos pesquisados, a cesta básica ficou mais barata em maio, em Curitiba. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que divulgou ontem a pesquisa, o conjunto de produtos básicos passou a custar R$ 233,49 na capital, caindo 2,19% em relação a abril.

O tomate ficou quase 34% mais barato e foi o principal responsável pela baixa. Por outro lado, produtos comuns do almoço tradicional do brasileiro – feijão, arroz, carne e batata – ficaram mais caros.

De acordo com o economista Cid Cordeiro, do Dieese, a baixa na cesta básica em maio já era esperada. “Os produtos aumentaram muito no começo do ano, então a expectativa era de que perdessem fôlego”, afirma.

A não ser em janeiro, quando os preços ficaram praticamente estáveis (alta de 0,07%), de fevereiro a abril a alta acumulada nos alimentos passou de 12,6%. No ano, o índice, agora, é de 10,21%.

Cordeiro ressalta que a baixa detectada em maio é importante, já que pode sinalizar uma inflação mais fraca para o mês. “Os alimentos vêm pressionando bastante a inflação”, explica.

Mesmo assim, o valor do conjunto de alimentos essenciais continua alto. Segundo o Dieese, uma família curitibana de um casal e duas crianças precisa gastar R$ 700,47 por mês apenas com alimentação.

Das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, a cesta básica ficou mais barata em 12. O índice de Curitiba foi o quarto mais baixo, atrás apenas de Belém (-2,33%), Porto Alegre (-4,41%) e Rio de Janeiro (-5,04%).

O valor somado dos produtos, na capital paranaense, é o oitavo maior. Porto Alegre (R$ 256,86) tem a cesta mais cara do País, enquanto Fortaleza (R$ 185,73) tem os itens mais baratos.

Produtos

Além do tomate, que ficou 33,82% mais em conta em Curitiba, outros produtos que baratearam em maio foram o açúcar (-4,74%), o café (-2,52%), a banana (-0,91%) e o óleo de soja (-0,39%).

No caso do tomate, Cordeiro atribui a baixa a um ajuste de preços, já que o produto aumentou bastante durante o ano. Agora, o item já acumula baixa, de -2,60%, em 2010. Já o açúcar e o café ficaram mais baratos devido a quedas nos preços internacionais.

As maiores altas aconteceram no feijão (11,83%), na batata (4,24%), na carne (3,37%) e no arroz (2,78%). Mas produtos como a farinha de trigo (1,59%), o leite (1,47%), o pão (1,16%) e a manteiga (0,11%) também ficaram mais caros.

Segundo o economista do Dieese, o feijão vem aumentando nos últimos meses porque a safra do produto foi menor, este ano. Desde janeiro, o item é o terceiro que mais subiu, com 21,67% de reajustes.

O produto cuja alta no ano mais chama a atenção é a batata, que quase dobrou de preço (92,18%) entre janeiro e maio. O que vem afetando seus preços, segundo Cordeiro, é o clima desfavorável.

Porém, assim como no feijão, há expectativa de baixa ou ao menos estabilidade de preços nos próximos meses, da mesma forma que aconteceu com o tomate. O item da cesta básica que acumula a segunda maior alta em 2010 é o leite (27,85%).

Cordeiro explica que a produção não conseguiu acompanhar o aumento no consumo do produto no período. Ainda assim, a alta de maio já foi menor que a ocorrida em abril (7,56%).