Captação de fundos de investimento sobe 713% até maio

O mercado brasileiro de capitais está "descobrindo" os Fundos de Investimentos em Participações (FIP), um mecanismo que permite que um pequeno grupo de grandes acionistas adquira participações relevantes em empresas de capital fechado ou mesmo com ações negociadas nas bolsas de valores. No período de janeiro a maio, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão do governo que regula o setor, registrou 32 novos FIPs, que captaram R$ 6,456 bilhões por meio de oferta pública, com acréscimo de 713% em relação a igual período do ano passado.

Esse total foi superior, inclusive, à captação de debêntures, título de dívida emitido por empresas e que são os papéis com maior volume de registros na CVM. Pelos dados da entidade, o volume de FIPs só ficou abaixo do total registrado através da captação de ações, em que o número de registros somou 38 lançamentos, no valor de R$ 18,271 bilhões. Desse total, R$ 10 423 bilhões foram de emissões primárias de ações, em que os recursos vão para o caixa das empresas, e R$ 7,848 bilhões em ofertas secundárias, quando o dinheiro é canalizado para os donos das empresas.

Ao todo, os lançamentos por oferta pública registrados na CVM somaram R$ 37,348 bilhões de janeiro a maio. Esse volume é mais do que o dobro dos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no mesmo período. O banco estatal de fomento tem sido a principal fonte de financiamentos de longo prazo no País e liberou cerca de R$ 18 bilhões no mesmo período, conforme estimativas de técnicos do banco.

Direitos Creditórios

Os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) também captaram bom volume de recursos até maio, com 29 lançamentos que totalizaram R$ 3,427 bilhões. Em relação ao ano passado, porém, o aumento foi de apenas 8,41%.

Já as emissões de notas promissórias, títulos de dívida de curto prazo emitidos por empresas, tiveram forte crescimento. Segundo a CVM, os 11 lançamentos de notas promissórias totalizaram R$ 2 379 bilhões, com aumento de 86,8%. As emissões de debêntures registraram queda de 33,25% no período, com 10 lançamentos, no montante de R$ 4,276 bilhões. As empresas estão preferindo emitir papéis com prazos mais curtos na expectativa de redução das taxas de juros.

Os depósitos de ações (BDRs), ou seja, o registro na Bovespa de empresas sediadas no exterior, somaram R$ 1,75 bilhão este ano, com queda de 4,1% em relação ao observado em igual período de 2006. Do total captado através de BDRs, cerca de 61% foram direcionados para as empresas (lançamentos primários) e R$ 597 milhões em ofertas secundárias.

Os recursos para o mercado imobiliário, porém, continuaram em ritmo lento, totalizando R$ 217 milhões sob a forma imobiliários e outros R$ 509 milhões de recebíveis imobiliários. Os certificados de audiovisuais totalizam 31 lançamentos, no montante de R$ 28 milhões no período de janeiro a maio, com aumento de 90% sobre o total registrado em igual período do ano passado.

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