Calote cresce no Sul, Sudeste e Centro-Oeste

Brasília

(AE) – No primeiro semestre, a inadimplência dos títulos protestados cresceu em três das cinco regiões pesquisadas em todo o País. No Sudeste, o aumento foi de 58,5%, no Centro-Oeste houve acréscimo de 13,7% e no Sul, de 13, 2%, na comparação com o mesmo período de 2001. As regiões Norte e Nordeste registraram quedas de 8,6% e 3,2%, respectivamente, segundo revela estudo regional da Serasa, empresa especializada em informações financeiras para decisões de crédito.

O assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, podera que o número da região Sudeste está inflado por causa das mudanças na legislação, válida só no Estado de São Paulo, que atribuiu as custas do protesto ao devedor. Por isso, muitos títulos antigos foram encaminhados para cobrança, o que distorceu a comparação.

De toda forma, Almeida observa que, apesar do aumento da inadimplência nas regiões onde está a maior parte do consumo do País, a perspectiva não é ruim. “A inadimplência já está em um nível elevado e deverá crescer em ritmo menor a partir de agora.” O economista explica que a oferta de crédito diminuiu e mesmo com o recuo da taxa de juros básica, a Selic, determinada pelo Comitê de Política Monetária, o custo dos empréstimos não deverá recuar. “A Selic é importante para formar expectativas”, justifica. Ele diz que a inadimplência é o componente da taxa cobrada tanto do consumidor como das empresas que mais pesa no custo do financiamento. Para o consumidor, re-presenta 30% e para as empresas, 40%.

Produção

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, espera que o corte de 0,5 ponto porcentual, para 18% ao ano, na taxa básica de juros “é positivo e dá sinal que podemos estar caminhando para a reativação da economia, que é gradual”.

Para o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Roberto Iglesias, o corte nos juros deverá ter efeito positivo sobre o nível de atividade na economia brasileira. No entanto, o momento de nervosismo, tanto no mercado internacional quanto no interno, torna a reação mais lenta. Ele explicou que, normalmente, o corte na taxa básica de juros se reflete rapidamente nos juros cobrados do consumidor nas vendas a crediário, impulsionando as vendas e a produção.

Voltar ao topo