Cade retoma julgamentos, mas adia decisão sobre chá

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) retomou nesta quarta-feira (27) a realização de sessões de julgamento após ter ficado em dois momentos no último mês sem quórum para deliberações. Um dos temas de destaque na pauta de hoje, mas que acabou adiado, era a continuação do julgamento da compra da empresa brasileira Leão Júnior, fabricante do Matte Leão, pela Coca-Cola. A fusão foi anunciada em março do ano passado. O conselheiro relator do processo, Paulo Furquim, que também está exercendo interinamente a presidência do Cade, disse que decidiu adiar por ter recebido contestações ao negócio e é preciso dar espaço para defesa da Coca-Cola.

Durante a instrução nas Secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae) e de Direito Econômico (SDE), a Pepsi, dona da marca Lipton de chá pronto para beber, defendeu que a união da Coca-Cola com a dona da Matte Leão deveria ser analisada com foco no mercado de chás prontos. Sob essa ótica, afirmava a concorrente, a Coca-Cola concentraria até 70% do segmento por já deter outras marcas, o que prejudicaria a concorrência.

Jirau

O Cade aprovou nesta quarta em rito sumário a formação do consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus), que venceu a licitação realizada em maio deste ano para construção da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (em Rondônia). O rito sumário é um procedimento em que o conselho vota, sem discussões os processos considerados simples e sem impactos relevantes na concorrência de um determinado setor. O consórcio é formado pelas empresas Suez Energy (50,1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) e Camargo Corrêa (9,9%).