Brasil e Argentina vão negociar com peso e real

Buenos Aires – A ministra de Economia da Argentina, Felisa Miceli, e o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, anunciaram ontem que em 1.º de julho começa a funcionar o novo sistema de pagamentos em peso e em real no comércio bilateral. ?Estamos avançando na integração comercial e política que está dando bons resultados para nossos países. Este será o primeiro passo para uma integração também financeira?, afirmou Mantega, em entrevista coletiva na capital argentina, onde desembarcou anteontem à noite para uma visita de pouco mais de 24 horas.

A substituição do dólar aponta, na avaliação do ministro, a importância das moedas de ambos os países. ?Não necessitamos nos referenciar em outra moeda. Essa nova regra está reduzindo custos, eliminando a intermediação e facilitando o comércio entre os dois países?, afirmou.

Mantega informou que os técnicos dos Bancos Centrais da Argentina e do Brasil vão se reunir na próxima semana, em Brasília.

Banco do Sul

Guido Mantega informou ter aceitado o convite da ministra de Economia da Argentina, Felisa Miceli, para que o Brasil integre a comissão Argentina/Venezuela que estudará a criação do Banco do Sul. Até o ano passado, Mantega mostrava-se reticente à idéia.

Questionado se o governo brasileiro havia mudado de posição sobre o banco regional, ele respondeu que não, mas que a comissão vai estudar a proposta brasileira, de ver qual o melhor caminho para estruturar o novo banco.

?Eu sempre disse que primeiro temos que ver o que fazer com as instituições já existentes, como a Cafe (Corporação Andina de Fomento) e Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata)?, disse Mantega. ?A minha inclinação é o reaproveitamento das instituições que temos. Mas não vamos iniciar uma comissão com uma posição definida. À primeira vista, seria mais rápido transformar essas instituições. Vamos conversar com os outros países que administram essas instituições?, disse Mantega em entrevista coletiva.

Bitributação

Mantega disse ainda que acertou com a ministra de Economia da Argentina, Felisa Miceli, uma reforma do acordo de bitributação. O governo brasileiro pediu a isenção da cobrança de 0,5% de imposto sobre bens pessoais, que na Argentina é cobrado também para pessoas jurídicas, o que acaba onerando as empresas brasileiras instaladas no país.

O governo argentino se mostrou acessível. ?Esse tema é novo na agenda e estamos vendo a possibilidade de solucionar esse problema?, disse Felisa Miceli.

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