Bancos públicos vão oferecer mais crédito

Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil

Presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do BNDES, Demian Fioca, e a presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ontem aos bancos oficiais, detentores de 32,6% dos créditos do sistema financeiro, que adotem todas as medidas possíveis para aumentar mais ainda a oferta de crédito ao mercado. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. De acordo com o ministro, essa participação pode crescer para algo em torno de 40% ?num prazo não muito distante?.

Mantega informou que o presidente fez a recomendação durante reunião de Avaliação do Crédito & Atuação dos Bancos Públicos, no Palácio do Planalto, da qual também participaram o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e dirigentes do Banco do Brasil (BB), da Caixa Econômica Federal e dos Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do nordeste (BNB) e da Amazônia (Basa).

Depois da reunião, o ministro disse que foi feito um balanço sobre a atuação do crédito bancário no País, que atingiu estoque de R$ 654,7 bilhões no mês de maio, de acordo com números do Departamento Econômico do Banco Central. A prestação de contas sobre créditos é feita todos os semestres pelos bancos públicos; só que nunca se deu tanta visibilidade antes aos resultados. Hoje, porém, Mantega ressaltou que ?há um crescimento expressivo? da participação dos bancos oficiais nesse segmento de mercado.

Segundo o ministro, todos sabem que, para o crescimento econômico ser sustentado, é preciso aumentar o volume de crédito, e é importante mostrar que a carteira oficial de créditos bancários teve incremento de 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no País, de 2003 para cá. Pulou de 23,9%, no primeiro ano do governo Lula, para os atuais 32,6%; em parte devido ao estímulo do crédito consignado aos salários.

O que o ministro não disse é que a participação dos bancos privados tem crescido mais. O último relatório do Banco Central sobre Política Fiscal e Operações de Crédito do Sistema Financeiro mostra que, em maio, a expansão do crédito nos bancos privados nacionais foi de 3%, enquanto os bancos privados estrangeiros aumentaram a oferta em 2,6% e os bancos oficiais ofereceram 2,3% de créditos a mais.

Acompanhado pelos presidentes da Caixa, BNDES e BNB, o ministro da Fazenda ressaltou que os bancos públicos têm função de fomento e, por isso, atuam mais em setores que não são muito atrativos para os bancos privados. Apesar disso, Mantega reconheceu que as instituições financeiras, de modo geral, ?têm aumentado sua participação na concessão de empréstimos?. Ele informou que a expansão do crédito com recursos livres cresceu de 14,8% para 22,1% do PIB no mesmo período.

Isso equivale dizer que os créditos com recursos direcionados para o setor rural, habitação e saneamento, que também cresceram, evoluíram menos que a carteira de empréstimos com recursos livres. Nesse particular, a evolução das instituições públicas na oferta de crédito livre neste governo (de 9,1% para 11,9% do PIB) foi bem mais modesta que a dos bancos privados (de 14,8% para 20,7% do PIB).

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