Bancários põe fim à greve na Grande Curitiba

As 99 agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal em Curitiba e Região Metropolitana voltam a funcionar hoje, após 29 dias de paralisação dos bancários. Em assembléia que terminou por volta de 21h, na noite de ontem, com a participação de 1.011 bancários, 610 aprovaram o retorno ao trabalho a partir de hoje, 341 optaram pela continuidade da greve e 17 votaram em branco ou anularam o voto. Houve 43 abstenções. Nova assembléia será realizada na próxima quarta-feira (20). A categoria decidiu ainda fazer uma paralisação no dia 21, data prevista para o julgamento do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Fracassaram, ontem, as tentativas de conciliação realizadas no Tribunal Superior do Trabalho (TST) junto ao Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. As duas instituições rejeitaram a proposta do TST para pôr fim à paralisação dos bancários. Sem acordo, o dissídio coletivo deve ser julgado pelo TST na próxima quinta-feira. O relator será o ministro Antônio Barros Levenhagen.

O presidente do TST, Vantuil Abdala, propôs a compensação dos dias parados, a manutenção da proposta de reajuste de 8,5% a 12,5% – dependendo da faixa salarial – e um abono de R$ 1.000. Já a Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Crédito), que entrou com o dissídio coletivo, pediu para elevar a proposta de reajuste de 8,5% para 9,5%, abono de R$ 1.000 e pagamento dos dias parados.

Os representantes do BB e da Caixa rejeitaram as propostas do TST e da Contec, mantiveram a proposta inicial da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e disseram que aceitam negociar o pagamento dos dias parados. O Banco do Brasil só aceitou adiantar R$ 500 do plano de participação nos lucros, enquanto a Caixa Econômica Federal manteve a proposta original, de reajuste entre 8,5% e 12,77%.

Sem acordo, o ministro do TST fez um apelo para que os trabalhadores retornem ao trabalho enquanto aguardam o julgamento do dissídio porque, segundo ele, o desconto dos dias parados é um dificultador do acordo e quanto mais tempo passa, mais difícil fica. “Novamente, infelizmente, não chegamos a um resultado positivo por mais esforços que tenhamos feito nesse sentido”, lamentou. O ministro lembrou que na audiência anterior em que tentou aproximar as partes era uma conversa informal, mas agora não. Segundo ele, a sociedade já está sendo prejudicada e está exausta com a greve.

Os bancários querem fechar acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) antes do julgamento do dissídio. Em São Paulo e Rio de Janeiro, a greve continua.

Esvaziamento

“Recebemos vários e-mails de funcionários dizendo que estão cansados, que não acreditam mais em negociação. Hoje (ontem) foi especialmente um dia difícil para nós”, afirmou a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, Marisa Stédile. Pela manhã, os bancários em greve realizaram protesto no centro de Curitiba, com a distribuição de cachorro-quente. “No protesto, chamamos os banqueiros de cachorros, tanto pela falta de negociação, como pelo descaso com os clientes, com a população”, explicou Marisa Stédile. Desde segunda-feira, várias agências do interior – como Londrina, Arapoti, Paranavaí, Ponta Grossa e Guarapuava – reabriram as portas. Segundo a Fetec-PR, até ontem permaneciam fechadas 99 agências em Curitiba, 4 em Apucarana, 2 em Cornélio Procópio, 7 em Campo Mourão e uma em Umuarama.

Voltar ao topo